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Mostrando postagens de novembro, 2013

MÚSICA NÃO É DOM

Introdução Ao longo de toda a minha vida, tenho ouvido um bocado sobre a prática musical como um dom sublime e divino. Tenho certeza também de que todo mundo já ouviu alguém falar de determinada pessoa que tem "o dom da música". E esta tem sido uma concepção bastante presente em todos os contextos e, por conseguinte, no contexto da igreja. A muitos irmãos e irmãs em Cristo tem sido atribuído o "dom da música". E estes têm sido constantemente apontados como seres especiais e especialmente capacitados por Deus para a prática musical eclesiástica. Por outro lado, outros também irmãos e irmãs em Cristo têm sido afastados e rejeitados (a palavra é forte, mas é verdade) por igrejas e seus grupos musicais por se dizer deles que não têm o "dom". É "dom" pra cá e "dom" pra lá, mas me preocupo com a seguinte questão: será que as pessoas sabem mesmo o que é "dom"?  Pensando nisso, resolvi escrever sobre esse assunto e de

MÚSICO DE IGREJA TAMBÉM É MÚSICO

Ao longo de muito tempo, tenho ouvido sempre a expressão "músico de igreja" para se referir àqueles que praticam a música no ambiente eclesiástico. Esta tem sido uma expressão tão comum que eu mesmo, quando necessário, já dela me utilizei algumas vezes. Contudo, percebo nela alguns problemas. Em primeiro lugar, a ideia que se passa, ao meu ver, é a de que os chamados "músicos de igreja" são diferentes dos outros músicos. E eles são? Ok. No que diz respeito à humanidade e aos aspectos individuais do ser TODOS somos bastante diferentes, músicos ou não. Mas, no que se refere à práxis musical, não vejo essa diferença que, talvez, se queira evidenciar com o termo. Outro problema que percebo é que, às vezes, quando se utiliza essa expressão, se quer passar a ideia de que o "músico de igreja" o é apenas neste contexto e pronto. Se o colocássemos para atuar num outro contexto, ele não conseguiria. Bom, não é bem assim, pelo menos não em todos os casos. Di

PORQUE DEVEMOS COMPOR NOSSAS MÚSICAS

Falar das letras das músicas que cantamos em nossas igrejas é muito comum, seja como reflexão ou como críticas ao que é cantado. E isso ocorre por muitas razões. Em especial, falamos sobre as letras das músicas por serem elas as supostas possuidoras de nosso conteúdo cristão. Pelo menos, em minha opinião, assim devia ser. No entanto, pra que estas letras sejam as possuidoras de nosso conteúdo cristão, acredito ser necessário que elas tenham nascido em nosso meio. Como determinada música pode nos representar se não veio de nós ou se não possui identificação alguma conosco e/ou com o que pensamos, com o que cremos e  com a maneira como agimos? Segurei muito meu desejo de escrever sobre isso até o momento em que não pude mais me conter e por isso cá estou para falar desse assunto, tentando responder à pergunta: "Por que devemos compor nossas músicas?". Entendo perfeitamente as particularidades de cada pessoa, grupo ou comunidade eclesiástica, mas realmente acredito qu

O ZELO NA PRÁTICA MUSICAL CRISTÃ

Zelo. Zelo é uma palavra bastante usada no ambiente da igreja. Quem nunca ouviu algo do tipo: “Rapaz, tem que ter zelo, né?”. Ou ainda: “Tenha zelo pela obra.” Estas e outras muitas frases trazem consigo esta palavra, tanto é que um de meus queridos amigos, companheiros de profissão e irmão em Cristo, durante conversa nossa, levantou o assunto “zelo na igreja”. O fato é que não apenas ele, mas eu e muitas outras pessoas já se depararam em alguma situação na qual se mencione o zelo e/ou sua necessidade. Isso me fez pensar um pouco sobre o assunto e motivou esse post.  Primeiramente, acho importante entender um pouco mais o termo em si e, por isso, recorri aos dicionários, gostando muito das significações trazidas por um deles. No dicionário Michaelis, este termo é apresentado como: dedicação ardente; desvelo; cuidado; diligência; ciúmes. Assim, observados os significados trazidos à palavra, gostaria de compartilhar com vocês como eu enxergo a relação do zelo e nossa prática m

HÁ MUITO MAIS PRA SER CANTADO

Sobre o que falam as letras das músicas que cantamos? Imagem retirada de images.google.com Temos presenciado um enorme crescimento na difusão da música tida como cristã e, comparando-se o momento atual com tempos passados, podemos ver o quanto a música praticada nas igrejas e/ou a partir delas tem-se tornado cada vez mais conhecida, até mesmo no meio secular. Há cantores e bandas de rock, pop, reggae, samba, pagode, forró, enfim, de tudo quanto é estilo musical. Tem pra todos os gostos. E esta diversidade é, ao meu ver, algo extremamente positivo. Inclusive acredito que, de modo geral, a chamada música cristã deveria, sim, ser muito mais diversificada e se utilizar das mais diferentes facetas que nossa cultura apresenta. Entretanto, algo tem chamado minha atenção muito mais do que estilos, batidas e ritmos: a letra das músicas. Isso porque, além de enxergar, em muitos casos, uma série de equívocos teológicos em tais letras (deixo claro que não é meu objetivo entrar a