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Ontem, demos início ao desafio "MÚSICO MELHOR ADORA MELHOR", lá no meu canal do YouTube. E a primeira aula do desafio tratou sobre as razões de cantarmos e cantarmos para Deus e cantarmos na igreja!
Decidi, então, compartilhar um pouquinho do que tratamos ao vivo na aula de ontem.
1 - Qual a razão de cantarmos na igreja?
Bom… a música como um todo tem estado presente na vida humana desde o princípio. As artes como um todo estão. Se fôssemos estudar a historiografia musical, veríamos muitos registros bastante antigos de práticas musicais.
A música enquanto prática humana e mesmo como prática religiosa ultrapassou eras, séculos e séculos, chegando até à igreja. E, sim: quando olhamos para a história, veremos que a Igreja Primitiva, os primeiros discípulos, CANTAVAM em seus ajuntamentos!
2 - O que a Bíblia diz sobre cantar/tocar?
A primeira menção bíblica é o texto de Gênesis 4.21:
“O nome de seu irmão era Jubal, que foi o pai de todos os que tocam harpa e flauta.”
É interessante, porém, ver que a própria Bíblia nos mostra que já havia música antes mesmo disso! O texto de Jó 38.6-7 nos mostra que já havia música no céu, antes mesmo que o mundo como hoje conhecemos fosse criado.
“Sobre o que estão firmadas as suas bases ou quem lhe assentou a pedra angular, quando as estrelas da alva, juntas, alegremente cantavam, e todos os filhos de Deus gritavam de alegria?”
Vemos aí que, de algum modo, Deus sempre nutriu interesse pela música. E uma evidência ainda maior deve ser lembrada: Ele fez UM LIVRO INTEIRO (que, por sinal, é o maior de todos) da Bíblia só com músicas! Sim… o Livro de Salmos!!! Realmente… não dá pra negar que Deus quer que cantemos!!! Ele quer que façamos música!!!
E a igreja? Quais as bases bíblicas para que se cante NA IGREJA?
Há dois textos que, ao meu ver, são os principais sobre o que devemos fazer de música na igreja.
Efésios 5.18-20
E não se embriaguem com vinho, pois isso leva à devassidão, mas deixem-se encher do Espírito, falando entre vocês com salmos, hinos e cânticos espirituais, cantando e louvando com o coração ao Senhor, dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo.
Esse texto está falando sobre a plenitude (o enchimento) do Espírito Santo na vida dos crentes. E a partir daí, o apóstolo Paulo trará uma série de consequências saudáveis, uma série de resultados de se ter uma vida cheia do Espírito Santo: ele vai falar da igreja como um todo, em seguida, tratará do relacionamento entre marido e mulher, e entre eles e os filhos e entre os servos e senhores.
Pensando nesses versículos especificamente, veja que ações estão se relacionando com o enchimento do Espírito: comunicação entre irmãos em Cristo com salmos, hinos e cânticos espirituais; cantar e louvar com o coração ao Senhor; dar graças por tudo a Deus. Sim… vemos música aí. E música no contexto da igreja!!!! O que Paulo, então, está nos ensinando é que a prática musical na igreja está diretamente ligada à plenitude do Espírito, ao enchimento do Espírito. Ou seja, uma igreja cheia do Espírito CANTA, para edificação mútua e para a glória de Deus!!!!
Colossenses 3.16
Que a palavra de Cristo habite ricamente em vocês, instruindo-se e aconselhando-se mutuamente em toda a sabedoria, louvando a Deus com salmos, hinos e cânticos espirituais, com gratidão no coração.
Esse texto é paralelo ao anterior e, ao meu ver, deveria ser memorizado por TODOS os músicos que atuam na igreja. Paulo agora, de maneira complementar ao que disse aos Efésios, está dizendo que a Palavra de Cristo deve habitar no coração da igreja. E… como é mesmo que ela deve habitar no coração da igreja? Ele vai nos mostrar as maneiras disso acontecer: instrução e aconselhamento mútuos (ensino) com sabedoria e louvor CANTADO com gratidão!!!!
Sim, é isso mesmo! Segundo Colossenses 3.16, a música é um dos meios pelos quais a Palavra de Cristo deve habitar no meio do povo de Deus. Ou seja… o que nós fazemos é muito mais importante do que muita gente pensa, não é? E isso deve nos trazer dois sentimentos: temor e gratidão; gratidão e temor! Temor por entender o tamanho da seriedade e gratidão por entender o tamanho do privilégio que o Senhor nos deu!
E é importante entender, portanto que, para que a Palavra de Cristo habite no coração da igreja por meio do que cantamos, nós devemos cantar… qualquer coisa? Claro que não. Devemos cantar a PALAVRA!!!! Por isso é muito importante prestar atenção àquilo que cantamos. E Paulo vai citar aqui o mesmo que citou no texto de Efésios: “salmos, hinos e cânticos espirituais”.
Obs.: Estas três categorias/estilos/gêneros musicais eram comuns e bem conhecidos na época de Paulo, principalmente no meio judaico. E sabe onde os vemos na Bíblia? No Livro de Salmos!!! (veja os sobrescritos - os subtítulos - nos Salmos 3, 7, 16, 121, por exemplo).
Paulo está dizendo que devemos cantar esse diferentes estilos e, em especial, ele acaba nos dizendo um excelente lugar para começar: o Livro de Salmos!!!!
Aprendemos, então, com esses dois textos que a música na igreja existe para:
- exercitar e contribuir para a plenitude do Espírito na vida da igreja;
- fazer a Palavra de Cristo habitar no coração da igreja.
E isso nos traz muitas aplicações musicais práticas! Quando entendemos bem o alicerce daquilo que fazemos enquanto músicos na igreja, entenderemos a importância de buscar o uso apropriado de nossa sonoridade musical e, portanto, (re)pensaremos como temos usado nosso equipamento de som.
Quando entendemos o que está por trás da música na igreja isso irá influenciar até mesmo os arranjos usados e composições realizadas. E, quando compusermos canções, isso também deve ser levado em consideração. É preciso compor arranjos que não atrapalhem o canto congregacional, afinal de contas o “falando entre vocês” não se refere apenas aos músicos, aos que estão no palco.
Por isso, é preciso MUITO cuidado na escolha de canções para fazerem parte de nosso repertório. É preciso escolher as canções, em primeiríssima instância, pelo conteúdo de suas letras, e não porque gostamos ou não daquele estilo musical. É claro que naturalmente nossos gostos e opiniões terão seu peso na escolha dos estilos e gêneros musicais, mas é preciso que isso seja apenas “critério de desempate”.
Por fim, cabe a reflexão: será que os membros de nosso ministério têm possuído atitudes que demonstram verdadeiro entendimento de por que fazemos o que fazemos?
Será que nossos ministérios têm sido compostos por pessoas realmente dispostas a servir a Deus e ao próximo, entendendo que estão ali “apenas” para fazer com que a Palavra de Cristo habite na igreja e para exercitar a plenitude do Espirito, algo que vem como fruto de uma vida realmente dedicada ao Senhor?
Espero sinceramente que estejamos sempre dispostos a refletir cada dia mais sobre o que fazemos na igreja e que possamos melhorar, com a Graça de Deus, cada dia mais!
E, se você quiser assistir à aula completa de nosso desafio, basta acessar o link abaixo. Aproveita e se inscreve no canal e ativa as notificações pra saber sempre que houver vídeo novo por lá!
Grande abraço e que Deus abençoe você, sua família e seu ministério!
Em Cristo,
M. Vinicius
Obs.: Imagem cedida por Erika Giraud no Unsplash.
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