Tudo na vida do cristão deve ser visto como oportunidade de aprendizado. Não tenho dúvidas quanto a isso. E, no que diz respeito às dificuldades, a Escritura é claríssima em diversas passagens, como no capítulo 1 de Tiago, por exemplo, ao afirmar que, quando somos provados, estamos sendo, na verdade, aperfeiçoados.
Bom, o mundo experimentou algo muito intenso e diferente do que esta geração estava acostumada: a pandemia do novo Corona Vírus (COVID-19). E isso também afetou nossas igrejas, como todos bem sabem e, certamente, trouxe muitas reflexões possíveis e necessárias para este ano de 2020 e que irão reverberar por toda nossa vida.
Não crendo conseguir ser exaustivo e listar TODOS os aprendizados que estes tempos pandêmicos nos trouxeram, gostaria de compartilhar alguns, que estão mais diretamente ligados a nosso fazer musical na igreja.
É MUITO MAIS QUE MÚSICA!
Sim. Se tem uma coisa que o músico cristão deve ter "sentido na pele" durante a quarentena é o fato de que a adoração é, sim, muito mais que música. E, por mais clichê que dizer isso possa parecer, é muito mais fácil de se "clichezar" a coisa quando tá tudo em sua rotina, né?
Mas... veja bem: os caras, agora, tiveram que simplesmente parar de tocar! Durante meses, muitos músicos que eram acostumados a estar em ação todo domingo, tiveram que se contentar em adorar ao Senhor sem tocar! Ou... se não fizessem isso, ficariam sem adorar! Bom, espero que não tenham parado de adorar, né? rsrsrs
Fosse com outros tocando - só instrumentos harmônicos solitários, por exemplo (instrumentações reduzidas foram um recurso muito usado ao longo desse tempo, né?) - ou, como aconteceu em igrejas com menos recursos, ou fosse no velho "gogó à capela" mesmo, só com o pastor da igreja fazendo uma transmissão, às vezes, até só da mensagem, este sujeito teve que, enfim, entender que o relacionamento dele com Deus não pode estar limitado ao fato de ele estar "lá na frente" tocando ou não!
É MUITO MAIS QUE EQUIPAMENTOS!
Bom, dependendo do porte financeiro de cada comunidade, esta questão se tornou mais ou menos visível em primeiro instante. Mas, após algum tempo, todos viram ou deveriam ter visto isso. É bem verdade que houve todo um mover para as tão famosas "lives" e etc, mas... muita igreja, que não tinha este dinheiro todo pra comprar novos equipamentos para estas lives, teve que entender isso. Foi preciso entender que a simplicidade, muitas vezes, é questão de sobrevivência. E, assim, um simples voz e violão se tornou o bálsamo de milhares de irmãos e irmãs espalhados Brasil e mundo afora. E, mesmo àqueles que tiveram a oportunidade de comprar novos equipamentos, esta lição se fez presente, pois, por mais que tivessem todo o dinheiro e todo o equipamento do mundo, isso não pôde resolver uma questão CRUCIAL: estavam sozinhos nos prédios das igrejas. Estavam sem os demais irmãos. Nem todo o equipamento do mundo pôde comprar algo tão precioso que é o ajuntamento congregacional diante do Rei. Isso certamente fez falta a todos nós. E isso deveria servir de lição pra nós também, pra aprendermos a valorizar muito mais o tempo com nossos irmãos, ao invés de perder esse tempo brigando sobre o volume de som e coisas tão infantis, criando barreiras de inimizade entre irmãos muito maiores que a distância de uma tela!
É MUITO MAIS QUE "NA IGREJA" APENAS
Este é... como se diz, um que foi "na jugular". rs Isso porque famílias que haviam passado ANOS A FIO sem sequer se unir pra orar e/ou que nunca haviam tido esta prática, tiveram que, agora, estar juntas nem que fosse pra ficar diante da TV, do celular ou do que for pra assistirem às transmissões. Muitas igrejas inclusive sugeriram que o primeiro momento, com cânticos e orações, fosse feito em família, pra que, posteriormente, todos se unissem à pregação que seria transmitida. Sim, isso mesmo! O isolamento, então, trouxe de volta a muitos lares o valor da adoração familiar! E, por isso, deveríamos ser gratos sim!
É MUITO MAIS DO QUE "SÓ VALORIZA QUANDO PERDE"
Infelizmente, se tem algo que é muito verdade sobre nós é o ditado que diz que o homem "só valoriza o que tem quando perde". E eu diria que este ditado foi levado a níveis absurdamente altos neste ano de 2020. Sei de irmãos que choraram copiosamente por não poderem estar reunidos como igreja, num só lugar! Sei também daqueles que, em muitas ocasiões, desdenhavam do privilégio de estar com os irmãos de sua igreja, já que era algo sempre acessível e que, na primeira oportunidade de fazer alguma outra coisa ou de ir a outra programação, rapidamente aderiam a isso. Agora, porém, dariam tudo pra poder rever sua igreja...
É preciso, portanto, entender que não é apenas um ditadinho popular que nos mostra como a gente não valoriza o que tem. É preciso perceber que igreja é VIDA e vida conjunta, em abundância, como nos prometeu o Senhor e que precisamos valorizar ao máximo, mesmo que não passemos por outra perda desse nível novamente.
É... e muito mais eu sei que poderia ser dito... muito mais! Que seja apenas um início de reflexões. Que Deus nos ajude a aprender ao máximo com este terrível período da história contemporânea! Ah! E se você tiver algum outro aprendizado que peercebeu de maneira forte nestes últimos meses, pode compartilhar aí nos comentários!
Que Deus nos ajude a ter um 2021 mais presente e mais unido como IGREJA! :)
Em Cristo,
M. Vinicius
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