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A PIBA E EU






Uau!!! Nunca imaginei que tudo fosse acontecer assim, tão rápido.

Conheci a Primeira Igreja Batista de Atibaia (a quem carinhosamente chamamos de PIBA), no ano de 2012, por meio do ministério Pregue a Palavra (ministério de apoio e ensino gratuito de exposição bíblica para pastores e líderes). E, logo de cara, fiquei impressionado com tudo o que ouvi a respeito dela. 

Com minha entrada no curso, ganhei amigos mais chegados que irmãos e pessoas que se importavam comigo, me apoiando, me mentoriando e me ensinando MUITO! Mas nunca, nunca MESMO, imaginei que faria parte desta igreja e tampouco que me mudaria pra Atibaia. Aliás, eu sequer havia ouvido falar da existência de Atibaia antes da PIBA. rsrsrsrs Mas Deus, o Soberano, que criou todos nós, sabia e já tinha tudo planejado.

Eu havia acabado de sair de minha antiga igreja, a Igreja Batista da Esperança (IBE), que amo profundamente até hoje, e aqueles pastores/mentores/amigos do Pregue a Palavra me falaram sobre o curso de Mestrado em Divindade da EPPIBA (Escola de Pastores PIBA), em parceria com o Bethlehem College (da igreja do John Piper), de onde enviam boa parte de nossos professores. Eles já haviam me falado do curso anos antes, mas, como trabalhava no pastoreio dos jovens da IBE na época, não entendia ser o momento e tampouco a vontade de Deus. Mas, mesmo em 2014, não dava pra ir, porque o curso não oferecia hospedagem pra casados e eu não teria sustento/salário. E, depois de muitas águas correrem, muitas idas e vindas entre o "sim" e o "não", que muitas vezes dei a estes meus amigos pastores, havia mesmo decidido não ir. Seria um sonho pra mim e pra minha esposa poder passar por este grande período de reciclagem e aprendizado ministerial, além do excelente preparo acadêmico pelo curso. Mas, principalmente, seria maravilhoso pra nós o aprendizado com a vida diária da igreja (que já estávamos conhecendo bem mais pelo Pregue a Palavra) e com o maravilhoso trabalho com famílias. Contudo, não dava mesmo. Pensei e "entendi": "Deus não quer que a gente vá e pronto".

Já em janeiro de 2015, recebo a ligação mais inesperada de minha vida! O pastor Mendes me liga, perguntando por que minha matrícula ainda não havia sido feita. rsrs E, resumindo bastante nossa conversa, tendo em vista a necessidade que a PIBA possuía naquela época, considerando também que, além da formação pastoral eu possuía uma formação musical, ele me convidou para assumir o pastorado de louvor e adoração da igreja. Uau! Que choque tive naquele momento. E que privilégio! E, de fato, após dois anos, só posso dizer mesmo que foi até mais que um privilégio!!

Este ciclo, porém, acabou de chegar ao fim! Por vontade soberana do Senhor, eu e minha esposa estamos voltando a Natal-RN, onde assumirei o pastorado de jovens e de adoração da Igreja Batista Cristã, minha igreja-mãe. Agora, sentado no avião, pensando em tanta coisa que fica pra trás, só posso agradecer a Deus por tudo o que fez em nossas vidas nos últimos dois anos. E, considerando apenas aquilo que é relevante para os assuntos deste blog, destacarei aquilo que mais me ensinou na PIBA.




Culto, não show!

Num tempo em que tantos cultos têm sido transformados em verdadeiros espetáculos de “luz, câmera, ação”, foi muito bom poder servir a Deus numa igreja em que o culto nada mais é que uma reunião familiar de pessoas que amam a Deus e se amam, no qual a intimidade de uns com os outros e com o Senhor pode ser exercitada com informalidade, mas reverência. Nada contra o espetáculo artísitco per si (nem teria como: sou também artista; e a Bíblia não é contra as artes), mas tenho observado cultos cada vez mais impessoais, nos quais os irmãos sequer se enxergam ou se cumprimentam, apenas curtindo a “vibe” no escurinho e “se esquecendo de quem tá do lado” (eu mesmo já valorizei isto, um dia, admito!). Foi muito bom poder me sentir em casa e compartilhar do louvor ao Senhor junto com quem estava ao meu lado.



A igreja é uma família, e não uma empresa.


Tudo isso também foi possível por ver, sentir e experimentar (de verdade) que a igreja do Senhor é uma família (cf. Ef 2.19), e não uma empresa. Por mais que a legalidade brasileira exija de nós um CNPJ, o Corpo de Cristo jamais deve ser reduzido a isto. Logo, quando nos reunimos (seja no domingo ou em outros momentos), estamos desfrutando de "nada mais" que uma reunião de família. E em reuniões assim, até onde sei, ninguém fica “cheio de cerimônias” ou constrangido; todos se sentem em casa para ser quem são e desfrutar das atividades comuns. Claro que me refiro a uma família cujo funcionamento tem sido saudável. Pude sentir na pele o organismo vivo do Senhor Jesus em nossos cânticos, nas mensagens pregadas, nos apertos de mão e abraços e em muito mais. Poxa… que saudade já to sentindo de minha família… :( 



Os estilos são REALMENTE (quase que) irrelevantes para uma verdadeira adoração.


Talvez, um dos maiores choques que experimentei na PIBA foi a liturgia um tanto mais tradicional. E isto não porque não houvesse vivenciado algo assim antes (pois minha igreja-mãe já tinha sido também um tanto mais tradicional, liturgicamente falando), mas porque já havia anos que participava de cultos bastante contemporâneos. Mas como foi bom poder experimentar e comprovar na prática tudo aquilo que sempre falo nos lugares em que vou ministrar (ou aqui no blog) e tudo no que também tenho acreditado nos últimos anos. É possível, sim, louvar a Deus sinceramente em qualquer estilo. Pode parecer clichê, mas isto é muito mais difícil de ser provado na prática do que no discurso. E usei o “quase” aqui, porque continuo entendendo que os estios têm, sim, certa relevância para cada contexto, já que representam, muitas vezes, a verdade vivida por um povo em questão. Ora, não dá pra você “enfiar guela abaixo” uma liturgia africana, cheia de tambores e danças numa igreja no interior de São Paulo, por exemplo. Isso poderia até causar algum choque ou escândalo mesmo a alguns irmãos, o que atrapalharia a verdadeira adoração. Mas que fique claro que estes diferentes estilos têm sua relevância (por mais mínima que seja) para nós, e não para Deus. 

Cada contexto é cada contexto e o contexto da PIBA é, sim, de fato, um tanto mais formal que muito outros que conheço. Contudo, mesmo continuando com minhas preferências a uma liturgia mais contemporânea, jamais poderei negar o quanto vi de sinceridade e fervor na adoração daqueles irmãos. Como foi bom poder ouvir toda uma congregação cantando tantos belos (e, infelizmente esquecidos por muitos) hinos em vozes divididas… é, to pra ver ainda uma igreja tão musical e afinada (e em naipes!) como a PIBA. hehe O fato é que, quando nosso coração está sinceramente entregue diante do Senhor, o estilo… ah… bobagem… o que importa é que Cristo seja adorado. E pude ver isto naqueles irmãos. Claro que, como em todo lugar, há pessoas “nem aí”, mas, no geral, que igreja pra louvar lindamente!! E louvam não apenas cantando, mas ofertando (nunca vi nada igual), com entrega sincera e desprendimento, prontos a ajudar quem precisa, e ainda orando, fazendo missões e muito mais!



Todos os irmãos podem também ser bastante importantes nas ações do ministério de louvor.


Não dá pra numerar o tanto de vezes que ouvi diversos irmãos (das mais diferentes idades) dando conselhos quanto ao som, quanto ao estio tocado, volume de bateria (não dá pra ela escapar, né? hehe), repertório, dentre outras coisas. É bem verdade que, como em todo lugar, muitos sequer faziam ideia do que diziam (tecnicamente falando), mas como foi bom poder ver a sinceridade dos irmãos em me procurar e dizer mesmo. E, na maioria das vezes, o faziam de forma tão doce e amorosa… uau… como isto me impactou. Eu sei, eu sei. Não vou romantizar além da conta, pois havia os que não eram tão doces assim… hehe Mas, no geral, principalmente os mais velhos, foram tão maravilhosos comigo nestes dois anos que… quanto aprendi com cada um deles!!! E o melhor foi ver o zelo sincero deles em buscar o melhor para o todo da igreja do Senhor. Nós, músicos, muitas vezes achamos que somos os donos da coisa toda e detestamos quando alguém vem “dar pitaco”. Pois bem, hoje, eu compreendo bastante a importância de cada um deles! Afinal de contas, é uma família e TODOS os irmãos fazem parte disso também.



Muito mais poderia ser dito, mas… já com o coração novamente em lágrimas pela saudade, paro por aqui, desejando a todos experiências como as que pude viver lá na PIBA, que não é, de fato, a igreja mais perfeita do mundo (porque isso não existe!), mas que foi, é e sempre será a família que Deus me deu em Atibaia. Hoje, o que até poucas horas era nós, acabou de se tornar eles; o que era nosso, virou deles e o que fazíamos virou o que eles fazem. Mas uma certeza continuará sempre presente em meu coração: não vejo a hora de revê-los e, principalmente, de estarmos todos juntos com o Pai, quando iremos louvá-Lo eternamente, sem estes milhares de quilômetros geográficos a nos separar. Sei que manteremos muitas parcerias e o contato com muitos de lá, mas inevitavelmente não será mais como era quando ainda morávamos juntos. :( 

A todos da PIBA que leram este post, meu grande abraço e contem comigo SEMPRE! Quero recebê-los em Natal. :) E, aos demais, que Deus os abençoe! E, por favor, orem por mim e por minha esposa, pois muitos desafios ministeriais e pessoais nos aguardam em Natal, a partir do momento em que este avião pousar. hehe E, assim, divididos pela tristeza da saudade e pela alegria de sermos úteis ao Reino em nossa terra Natal, nosso coração fica cheio da esperança de que, em tudo, nosso Deus seja glorificado. "Reino, somente Reino" (os da PIBA entenderão hehe). A Ele a glória!






Em Cristo,
M. Vinicius (Montanha)















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