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O QUE OS MÚSICOS PODEM FAZER PARA MELHORAR O SOM DE SUA IGREJA





NÃO TEM JEITO! O som da igreja tem sido tema recorrente e, infelizmente, por razões negativas na maioria das vezes.

E sempre que converso com alguém de diferentes igrejas sobre isso ou quando observo o que igrejas têm buscado fazer, percebo soluções mirabolantes, orçamentos absurdos e/ou soluções nada práticas e bem inacessíveis à maioria das comunidades.

O que fazer, então? Meu foco aqui NÃO é apresentar um plano acústico e uma lista de materiais a serem comprados. Ora... é evidente que isso é muito relativo a cada contexto local e desconfie DE CARA de soluções gerais e cuja fôrma se aplica a todos os contextos. 

Quero propor aqui algumas soluções MUSICAIS! Isso mesmo! Quero propor mudanças que os músicos podem começar a realizar e que já servirão de grande melhora ao som de suas igrejas. Sim! Engana-se quem pensa que todos os problemas do som são apenas culpa do equipamento, do técnico de som e por aí vai.

Não mesmo! A fonte geradora de som é diretamente responsável por tudo também! Afinal de contas, aqueles "milagres" que muitos amam ver em DVDs e etc, só acontecem após mixagem e masterização, hein? E... mesmo assim, há limites para os milagres que os técnicos de áudio podem fazer. 

Dirijo-me aos músicos agora. Penso eu que nós temos a responsabilidade de fornecer o melhor material sonoro possível, pra que quem for "fazer o som" possa se dedicar estritamente aquilo que é de sua responsabilidade, com paz e tranquilidade para realizar seu trabalho.

O que fazer, então?


1. Busquem uma execução musical limpa.

Arranjos mal executados, instrumentação excessiva, "errinhos" constantes e problemas de andamento são alguns dos maiores vilões ao som de qualquer igreja! Isso mesmo!!! Há quem ignore isso ou nunca tenha pensado nisso, mas é fato que muitos sons por aí são afetados por má execução musical!

Quando há dedicação individual dos membros do grupo (estudando cada música e pegando sua parte direitinho) e há ensaios eficazes (não considero passagem antes do culto ensaio - me julguem! hehe),  muitos erros bobos são evitados e as músicas soam menos tumultuadas. Os problemas comuns de "click" são também os responsáveis por muita sujeira no som, pois ataques soam desencontrados e entradas simples ou passagens de uma seção a outra de determinada música acabam acontecendo de forma desigual e abrupta.

Resolver estes problemas será um primeiro passo muito importante para melhorias no som gerado. O técnico de som não irá resolvê-los, por melhor que seja.


2. Sejam sábios nas escolhas de instrumentação.

Primeiramente, não dá pra colocar 300 instrumentos diferentes num palco de 4 metros quadrados e um auditório com capacidade para 50 pessoas e esperar que o som fique bom! Desculpa, mas... é preciso sensibilidade aí. 

Por mais que se veja grandes agrupamentos musicais no DVDs dos ministérios de louvor famosos por aí, não dá pra querer reproduzir tudo em todas as igrejas locais, não é? Que se tenha maturidade pra entender isso e que se tenha um agrupamento mais adequado ao porte da igreja local.

Além disso, seja o grupo grande ou pequeno, é importante entender que NÃO É NECESSÁRIO que todos os instrumentistas e cantores toquem e cantem o tempo todo! Não mesmo! E ouvidos atentos aos arranjos originais da grande maioria dos trabalhos gravados que há por aí irão perceber isso.

Se o grupo tem duas guitarras, elas não precisam soar o tempo inteiro juntas. O mesmo serve para dois tecladistas. Ou mesmo que estejamos falando apenas de bateria, baixo, um teclado e um violão, é preciso compreender as diferentes variações que um arranjo bem feito pode trazer e, por consequência, melhor definição no som gerado. Além de entradas em momentos diferentes, mesmo nos momentos em que estão todos juntos, é preciso compreender que cada um deverá executar um papel diferente. Não dá pra ficar todo mundo fazendo a mesma batida e esperar um som límpido e definido!

Se formos falar em vocal, então, a clássica cultura de todo mundo cantando junto a música inteira, por mais compreensível que seja (há razões históricas por trás), deixa tudo ainda mais tumultuado. E olha que nem irei me alongar na discussão sobre as faixas de frequência em que cada instrumento atua e em como, por exemplo, piano e violão podem acabar gerando choques indesejados dependendo da região tocada! Também não irei falar muito sobre o terrível hábito de cantores quererem falar (ou berrar hehe) no meio de um solo ou momento instrumental. 


3. Estejam sempre dispostos a uma boa passagem de som.

Já falei aqui sobre passagem de som no post: A IMPORTÂNCIA DA PASSAGEM DE SOM . Há muito músico de igreja que quer muito um som perfeito e ainda espera que o irmão que está na mesa de som (que, na maioria das vezes, não é profissional da área) adivinhe todos os momentos de solo e que faça as dinâmicas "na mão" ou "no botão", mas sequer se dispõe a gastar uma meia horinha fazendo uma boa passagem de som.

Por mais simples que seja o equipamento de sua igreja, uma passagem bem feita evita inúmeros problemas e melhora bastante o som produzido. É até uma maneira também de se fazer um aquecimento dos músicos e de lhes dar a oportunidade de lembrar um trecho ou outro (não é ensaio, hein?). 



Tenho certeza que muito antes de gastar qualquer centavo com a estrutura (acústica do local e equipamentos), seguindo esses passos, melhoras já serão notáveis. Comece por aí, então. Depois disso, busque as demais ações!

Qual dos problemas listados aqui acontece com mais frequência em sua igreja? Me fala aí nos comentários! E que Deus nos ajude a melhorar sempre!


Em Cristo,
M. Vinicius





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