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GUITARRA NA IGREJA




Poucas coisas trazem tanta polêmica quando o assunto é música na igreja quanto o uso de guitarras! E se forem guitarras distorcidas, rock and roll, aí é que traz mesmo.

Mas é necessário lembrar que a guitarra, assim como qualquer outro instrumento, é parte da cultura e deve, sim, ser usada para a glória de Deus, como TUDO o que fazemos (cf. 1 Coríntios 10.31).

Nesta semana, tive o prazer de bater um papo muito legal com um grande guitarrista, amigo meu, e agora companheiro de trabalhos: Juninho Rodrigues.

Em nosso bate-papo, que aconteceu lá em meu instagram (se não segue ainda, vai lá: @mviniciusdefreitas), falamos um pouco sobre a história do Juninho com a música e com a música na igreja, falamos sobre os desafios que um guitarrista acaba enfrentando no espaço da igreja e o Juninho ainda compartilhou algumas dicas para aqueles que atuam com guitarra na igreja.



Para ver o bate-papo completo, basta acessar meu perfil e buscar a live na seção Instagram Vídeos (antigo IGTV). Mas, mesmo que você não tenha visto ainda, trarei um pouco do que penso sobre o uso de guitarras na igreja e um pouco do que falamos na live.



1 - Guitarristas enfrentam bastante preconceito em igrejas.

Quem já tem certo tempo atuando com música na igreja sabe bem que, por exemplo, quando se fala que o "som está alto", geralmente, é por causa da bateria ou da guitarra. hehe Sim. As guitarras só perdem pra baterias mesmo nesse quesito.

E é bastante interessante perceber que isso muitas vezes nem é verdade; só que, como o som utilizado é um som de distorção, por exemplo, que desperta a atenção para estilos musicais indesejados por alguns, isso acaba atraindo oposição por parte daqueles irmãos, que não gostam de rock, por exemplo.

Além disso, por ser um instrumento que costuma fazer muitos solos nas músicas que normalmente compõem os repertórios em igrejas locais, o guitarrista fica em evidência, o que lhe coloca um alvo na testa!

Mas é preciso entender que a guitarra é um instrumento como outro qualquer, gostem alguns irmãos ou não, e não existe isso de instrumento mais santo ou menos santo, nós, instrumentistas, cantores, músicos é que devemos ter uma vida santa; os instrumentos todos podem e devem ser usados para louvar a Deus. Não acredita nisso? Dê uma lida (com atenção) no Salmo 150 e perceba os diferentes tipos de instrumentos listados no Salmo; veja como há um contraste poético realizado entre instrumentos de sonoridade mais leve (intensidade menor) e outros com sonoridade bem forte (volume maior), como : flautas e liras em contraste com címbalos (pense em pratos de bateria ou mesmo no chimbal - daí vem o nome) e trombetas (lembre de um trompete!). E perceba também como o Salmo aponta para o "ser que respira", e não para o tipo de instrumento!


2 - Guitarristas precisam estar atentos às demandas musicais da igreja.

É natural que algumas escolhas musicais não soem muito bem num repertório congregacional. É preciso sensibilidade pra entender que aquele monte de notas não cabe em determinados momentos e que até mesmo um solo precisa estar adequado ao contexto musical em questão.

Igualmente, dependendo da instrumentação disponível em sua igreja (quer tenha a igreja um grupo maior ou menor), o guitarrista precisará cumprir papéis musicais diferentes. Por exemplo, numa igreja em que não há tecladistas no grupo, algum guitarrista (principalmente se for o único) precisará assumir o papel principal de base das canções. E isso afeta diretamente sua maneira de tocar.

E, se houver mais de um guitarrista, as escolhas precisam ser bem feitas, para que os dois não façam a mesma coisa, ou, talvez, considerando o que mais se toca em igrejas brasileiras na atualidade, algum deles precise pegar um violão, por exemplo.


 3 - Guitarristas devem buscar o crescimento técnico onde for possível.

Qualquer músico de igreja precisa entender isso. E, no caso dos guitarristas, hoje, encontramos muitos riffs, licks e solos completos com seus tutoriais em toda a internet (no YouTube, por exemplo). Isso, porém, tem criado muitos músicos preguiçosos e acomodados na geração atual. Pois é. Ao invés de se aproveitar o fato de termos muito mais recursos que no passado, estamos diante de uma geração que, com suas excesções, claro, é bastante preguiçosa e acomodada. Mas não há desculpas para não se buscar aprender os solos e tudo mais, mesmo que se adapte dentro das limitações técnicas de cada um.

É bem verdade que nem sempre se tem um equipamento maravilhoso e isso pode acabar frustrando a muitos. Mas é muito interessante perceber que aqueles que realmente cresceram musical e ministerialmente falando, experimentaram esse crescimento a partir de dificuldades enfrentadas. E àqueles que não usaram a falta de tais e tais equipamentos como desculpa ou razão para desistir Deus tem provido amadurecimento completo!


4 - Guitarristas precisam ter coração de servo (do Senhor e dos irmãos).

Quando se entende o porquê de fazermos o que fazemos, tudo muda. Infelizmente, sempre há aqueles que brigam para que seu solo apareça mais, que "tretam" com os cantores da igreja, porque estão falando por cima dos solos (e eu acho isso tosco mesmo, hein? não to dizendo que isso não deva ser corrigido hehe); muitos brigam com os irmãos do som, porque a guitarra está com volume mais baixo do que ele gostaria; muitos se recusam a mudar um tom de uma canção, mesmo quando se faz realmente necessário e acabam também entrando em conflitos com os demais irmãos por isso; e por aí vai.

Mas, por mais solos e riffs que a música cristã atual possua e por mais evidência musical que um guitarrista tenha num grupo, quando ele entende que é tão servo quanto os demais, isso é reverberado em suas ações. E, assim, ele busca ser sempre parte daqueles que servem ao Senhor ao servir seus irmãos, de bom grado, sendo responsável, cumprindo os horários e estando sempre pronto para executar suas partes.


5 - Guitarristas necessitam de uma formação voltada para a prática na igreja.

Cada vez mais me convenço de que o músico de igreja é (e deve ser mesmo!) diferente dos demais. E por isso, tenho falado bastante sobre isso. Logo, creio mesmo que o guitarrista da igreja precisa de mentores musicalmente fantásticos e com grande conhecimento, mas que também sejam maduros o suficiente para lidar com as demandas da igreja local e que possuam bagagem e experiência no contexto da igreja para orientar bem os mais novos naquilo que precisam realizar na vida prática do ministério.

Por isso, entendo que ter um professor de guitarra que seja um verdadeiro MONSTRO das cordas pode até ser bom, mas... se ele não tiver experiência e o que ensinar sobre música na igreja, a formação de seu aluno ficará incompleta e perderá em eficácia.


Basicamente, isso é um pouco do que penso, dentro daquilo que foi discutido em nossa live. Você quer saber mais sobre isso e quer assistir ao bate-papo completo? Não deixe de acessar meu Instagram Videos e deixar seu comentário lá mesmo, se assim desejar.


Grande abraço e que Deus te abençoe!


Em Cristo,
M. Vinicius




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