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O CULTO DE DOMINGO


Imagem extraída de: http://addaguiar.blogspot.com.br/2012/12/foi-realizado-hoje-30-o-ultimo-culto-no.html


Introdução

Ao se falar de música na igreja, inevitavelmente, estaremos tratando de nossos cultos, pois a música é parte do culto e nele está inserida, não é mesmo? Apesar do pensamento equivocado (sendo beeem eufêmico hehe) de alguns, a música é, sim, parte do culto, assim como a exposição do texto bíblico e tantas outras coisas, dependendo do modelo de liturgia usado em cada igreja. Por isso, achei que valeria a pena falar um pouco sobre os nossos cultos.

Ao dizer "culto", eu bem que poderia estar me referindo a diversas temáticas e modelos diferentes, uma vez que há cultos que são voltados pra jovens, outros que são, por exemplo, chamados de "culto de oração", há também os "cultos de ensino", dentre tantos outros. Mas, neste post, pretendo me referir ao nosso culto de domingo à noite, ok?

Sempre pensei sobre o que é realizado em nossos cultos dominicais, mas, ultimamente, tenho pensado um bocado a mais sobre isso, o que tem me feito chegar a vários questionamentos, mas também a algumas conclusões que gostaria de compartilhar. Em especial, sempre penso muito sobre o planejamento de um culto, seja ele qual for. Isso porque acredito mesmo que nosso Deus deseja o nosso melhor e não quer que sejamos desorganizados e que façamos as coisas em cima da hora. Por isso, nem quero entrar muito no questionamento de se devemos ou não planejar os cultos, pois isso, pra mim, já é ponto bastante definido meeeesmo. Temos, sim, que planejá-lo. Isto, contudo, não quer dizer engessá-lo ou excluir toda e qualquer forma de criatividade que possa surgir no momento em si. Mas isto tudo deve ser feito com controle e com bastante equilíbrio e, como diz o texto bíblico, com "decência e ordem" (1 Coríntios 14:40) , pois "Deus não é deus de desordem" (1 Coríntios 14:33). Pergunto, então: "Como devemos planejar nossos cultos?". E ainda: "O que deve fazer parte ou não de um culto e de seu planejamento?". Vamos pensar um pouco sobre isso.


O objetivo do culto e o seu propósito principal

Acredito que, em primeiríssimo lugar, é preciso entender qual o grande foco, o objetivo de um culto, seja ele qual for. Em primeira instância, apesar de, talvez, soar repetitivo, é ainda necessário dizer que, de um modo geral, todo culto deve existir para louvar e exaltar ao Senhor. A palavra grega para "culto", usada no novo testamento é latrêuo e ela indica um serviço prestado ao Senhor. Esta mesma palavra pode também, por exemplo, ser traduzida como "adoração" e seus cognatos (adorar, adorando, etc). Pensando nisso, fica fácil perceber que, seja lá o que for feito num culto, desde o cantar ao ajeitar de cadeiras, tudo deve ser feito como oferta ao Senhor, o que também é transmitido pela ideia da palavra grega leiturgéo, que deu origem a "liturgia".

Estando posto e alicerçado este primeiro objetivo geral, é importante observar também o objetivo específico do culto em questão. É claro que um culto de ensino, por exemplo, terá bem menos músicas que o chamado "Louvorzão", né? rsrs Mas, como dito antes, mantendo o nosso foco no culto dominical, é preciso pensar um pouco sobre seu objetivo. E sobre isso tenho ouvido diversas opiniões, já que, pra alguns, o culto do domingo à noite deve ser evangelístico, pra outros, deve ser apenas voltado à congregação local, dentre outras formas de pensar. No que eu acredito, então?

Quanto ao culto do domingo, penso que ele deve ser, sim, como todo culto, em primeiríssimo lugar, voltado à adoração do Senhor. Mas, pensando de modo mais específico, acredito, sim, que ele representa um momento semanal de reunião de toda a igreja local. Teoricamente, todos os membros da igreja passam sua semana em adoração ao Senhor, em suas atividades rotineiras (incluindo algumas atividades ministeriais), além de reuniões de parte do rebanho, como: grupos de mulheres, de jovens, etc. Mas, no domingo, todo este povo se reúne para, em uma só voz, tributar glórias ao Senhor, por meio de duas grandes atitudes: dizendo-Lhe algo (por meio de músicas, de orações, etc) e ouvindo-Lhe dizer algo a nós (por meio da exposição da Palavra). Todo o culto, portanto, deve ser voltado para o alto, para cima, de maneira diversificada e eclética (não é à toa que o radical desta palavra é o que deu origem ao nosso vocábulo "igreja" hehe). Infelizmente, porém, muitos têm feito nossos cultos se tornarem muito "horizontais", quando acredito que, na verdade, deveriam mesmo era "jogar tudo pro alto", entregar tudo ao Senhor!

Contudo, alguém pode perguntar: "E o evangelismo aos visitantes?". Podem também dizer: "E o ensino profundo e mais detalhado da Bíblia, as doutrinas e tal?". Podem ainda se queixar: "E o aconselhamento e a exortação, a cura das almas feridas?" Acredito que, de maneira geral, quando direcionamos o culto ao seu verdadeiro Público-alvo, o Senhor Jesus, todo o resto acontece naturalmente, como consequência de uma genuína adoração. E assim também acontecerá com a edificação dos irmãos, do corpo de Cristo. Ao olharmos pra cima e ao direcionar tudo pro alto, estaremos edificando os irmãos, ao estimulá-los a também fazer o mesmo. E ainda, ao olharmos pra cima e ao direcionar tudo ao Senhor, aqueles que nos visitam se sentirão impactados com nossa entrega total ao Senhor e serão (pela ação do Espírito, e não por nós, que fique claro!) impelidos a também glorificar a este Rei Soberano. Logo, ao planejar um culto, sugiro que pensemos sempre como toda e qualquer ação estará apontando pro Senhor. Uma pergunta muito válida é: "Como isto, inserido no culto, fará com que as pessoas olhem mais para cima, para o Senhor Jesus Cristo?". Acredito ser isto indispensável a todo e qualquer culto. As ações presentes nos questionamentos levantados devem, sim, ser realizadas de modo mais contundente, mas em momentos mais específicos pra isto.


A linguagem do culto

Tenho muita dificuldade em entender como eficaz um culto que possui uma linguagem muito exclusivista. O quero dizer com isto? Refiro-me a cultos que só possuem um ritmo de música, por exemplo, mas, principalmente, um culto que, humanamente falando, usa formatos e estilos que atingem apenas um tipo de pessoas. Além disso, há cultos em que a linguagem utilizada (seja por dirigentes, por pregadores e/ou por ministros de louvor) é muito peculiar a quem conhece aquilo dali. Só que há pessoas em nosso meio que podem muito bem nunca ter entrado numa igreja antes. E, como entenderão o que queremos dizer quando cantamos, por exemplo: "Sou Tua noiva e espero e anseio por Ti"? Se não houver uma mínima e devida explicação, o povo vai ficar "boiando". Na verdade, há muita coisa do que cantamos que nem mesmo os que são de nossa igreja entendem, porque há muitas músicas que se utilizam de muitas figuras do Antigo Testamento, por exemplo, e, infelizmente, nem todo mundo conhece bem a Sagrada Escritura. Não chego, necessariamente, ao ponto de dizer que tais músicas não devam ser cantadas (em algumas vezes, penso que sim, claro), mas, é necessário que se incluam as demais pessoas que não tiveram a oportunidade deste aprendizado. 

Desse modo, acredito mesmo que devamos ter um culto muito mais eclético (olha o radical da palavra "igreja" presente mais uma vez hehe) e inclusivo, com canções que atinjam um número maior de pessoas, com estilos musicais mais abrangentes (a menos que vc esteja, por exemplo, no meio de uma tribo indígena, na qual só se canta aquele tipo de música! rsrsrsrsrsrsrsrs), que não agridam os de mais ou os de menos idade. E, ao planejarmos os cultos de domingo, precisamos ter isto em mente. Nem sempre aquilo que você gostaria de tocar ou cantar ou até mesmo falar se aplica à realidade do povo presente naquele lugar e é preciso, então, sensibilidade.


A qualidade do culto

Tudo o que fazemos para o Senhor deve ser do bom e do melhor e qualquer pessoa que disser o contrário disto nunca leu a Escritura que diz: 

"Maldito é aquele que faz a obra do Senhor relaxadamente" (Jeremias 48:10a).

Ora, não entendo como podemos achar normal que se faça tanta coisa aí fora pra o "deus deste século" (cf. 2 Coríntios 4:4), com tanta qualidade, mas que para o Verdadeiro Deus, as pessoas queiram entregar, como já ouvi "o que deu pra fazer". Quando se trata do "príncipe deste mundo" (cf. João 12:31), temos visto o quanto é investido em tudo do bom e do melhor, mas para o Príncipe da Paz, o Rei dos reis e Senhor dos senhores, queremos dar o que sobra de nosso tempo, dinheiro e corações.

Acredito, sim, que nossas músicas, nossos equipamentos, nossas palavras, nossas pregações e, é claro, nossos corações devem dar ao Senhor o "mais melhor de bom"! Nosso culto precisa ter qualidade, precisa ter excelência, pois isto agrada ao Senhor e causa também impacto nas pessoas (tanto as "de casa" quanto as que nos visitam), pois verão o quanto amamos ao Senhor através daquilo que Lhe entregamos. E, desse modo, novamente o culto manterá sua verticalidade necessária e indispensável, já que os olhares serão direcionados ao Senhor. Agora, isto depende de nós direcionarmos tudo pra Ele, né? Porque também há alguns que preferem que seus equipamentos e técnicas sejam cultuados, e não o Senhor. Mas aí já é oooooutra conversa. rsrsrs


O Combustível do culto

Bom, se pensamos que o Personagem principal do culto é o Senhor, precisamos entender que Ele é também o Combustível desse culto, ou, pelo menos, deveria ser. O que alimenta nossas almas de adoradores e nossos corações desejosos de entrega genuína e sincera a Cristo é Ele próprio. É como Ele mesmo disse, no livro de João: "sem Mim, nada podeis fazer" (cf. João 15:5). 

Podemos até achar que nossos "carros" (refiro-me a nossos corações) sejam do tipo "Flex" e que aceitam mais de um tipo de combustível sem danificar o motor.  Mas a grande verdade é que eles não são!! Nossos motores foram feitos para serem alimentados da Gasolina Genuína Super "Power", chamada Jesus Cristo! Logo, se não estivermos em constante contato com Ele, o carro vai falhando e falhando, até parar. É claro que me utilizo de uma simples figura, mas precisamos entender que, às vezes, até achamos que nossos "carros" estão funcionando bem, por causa de seu aparente movimento, mas não estão! E, mais cedo ou mais tarde, irão parar (interpretem o "parar" como quiserem hehe).

Para que qualquer culto seja entregue ao Senhor do modo devido e eficaz, é preciso que haja por trás dele intimidade com o Senhor. Os pregadores, os ministros de louvor e todos os demais envolvidos diretamente no culto precisam entender que devem andar junto de Cristo. Meus queridos, saber tocar bem seu instrumento ou fazer melismas vocais não é suficiente!! Falar o que vem de seu coração, ali, na hora, durante as ministrações, NÃO é suficiente! É claro que todo cristão deve ter intimidade com Deus (cf. João 17:3), mas, em especial, aqueles que ministram ao povo de Deus, como o farão, se não O conhecem de verdade? E, como isto pode ser feito? Por meio da leitura da Bíblia e da oração. Por mais clichê que pareça (bom, se é, não me importo em ser repetitivo, pois ainda vejo grandes lacunas nesta área), é preciso tempo diário (diário, sim!!!) de oração e de meditação na Palavra de Deus. Ou vocês acham que o Salmo 1 foi escrito à toa? Vejam lá o que ele diz.

Portanto, acredito que algo indispensável ao culto é que aqueles que nele trabalham, desde o seu planejamento, estejam bastante envolvidos com o Senhor. Algo que sempre gosto de fazer é perguntar a Ele: "Senhor, com que canções e/ou palavras Tu queres ser adorado e com que canções e/ou palavras Tu queres abençoar o Teu povo (sendo também adorado por meio disso)?". Acho que todos nós que trabalhamos com o culto devemos fazer mais esta oração. Mas, além dela, devemos também estar em constante contato com a Palavra de Deus, pois é Ela quem norteará nossas ações e nos guiará a fazer sempre o melhor ao Senhor e ao Seu povo, não permitindo que nossos cultos se transformem em meras festividades e reuniões distantes do que a Escritura nos ensina e tenciona para nós, ao dizer: 

"(...) deixem-se encher pelo Espírito, falando entre vocês com salmos, hinos e cânticos espirituais, cantando e louvando de coração ao Senhor" (Efésios 5:18b-19).


Conclusão

E, então, como estamos enxergando o culto dominical que realizamos? E mais: como o temos realizado? É preciso pensar bastante nisso e estar disposto a se permitir transformar pelo Senhor naquilo que for preciso, realizando as mudanças que forem necessárias à nossa liturgia.

É preciso entender que os "nossos" cultos, como chamamos (vejam que eu usei bastante esta expressão por aqui hehe), na verdade, não são nossos, e sim do Senhor. Ele são d'Ele e devem ser para Ele. E, ao planejá-los, devemos ter isto tudo em mente, incluindo ou não, músicas, participações especiais de qualquer tipo, dentre outras coisas, apenas se elas forem direcionar os corações presentes (incluindo os nossos próprios) à face do Senhor! Pois, se a mais bela das canções ou o melhor dos grupos musicais estiver atuando sem este interesse, "nossos" cultos se tornarão, de fato, nossos, e não passarão de meras apresentações artísticas de música, dança e retórica.

Pensemos sobre os cultos de domingo e planejemos o que faremos neles, entregando nosso serviço como oferta de aroma agradável ao Senhor, dando-Lhe o nosso melhor; dando-Lhe inteiramente nossos corações e, consequentemente, tudo o que fizermos. Que em cada culto de domingo, Ele (e apenas Ele) seja adorado e que todos os presentes sejam direcionados para o alto. Ao Senhor a glória e o louvor! Amém!




Abraços a todos e bons cultos!!

Em Cristo,
M. Vinicius (Montanha)

Comentários

  1. O que é culto?
    Quais os elementos do culto?
    Por que cultuar?
    Perguntas que merecem resposta quando o assunto é culto.
    Podem responder outros pensamento a respeito do fazemos no culto que estão fora
    Do verdadeiro culto bíblico, já que Deus diz a forma que deseja ser adorado.

    ResponderExcluir
  2. Verdade, meu querido! Excelentes perguntas. Pena q não as coloquei no post. hehe Mas podem muito bem vir a aparecer em escritos futuros. E, de fato, é tanta coisa pra ser dita, q bem q daria pra fazer d cada uma um novo post. hehe Abração!

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