Pois nele vivemos, nos movemos e existimos (...). (Atos 17.28)
Ele é antes de todas as coisas e nele tudo subsiste. (Colossenses 1.17)
Em meu último post (ADORADORES DO DEUS TRANSCENDENTE), pude tratar sobre a transcendência de Deus, Sua infinita superioridade sobre tudo e todos e as implicações que isto nos traz como adoradores do Senhor. De fato, Ele é Grande e mui Digno de nosso louvor, como Alguém Infinito, Distinto e Superior a todos nós. Não há porque tratá-Lo como se fosse nosso amiguinho, coleguinha de escola ou coisa do tipo, evidentemente.
Neste post, contudo, gostaria de enfatizar um outro aspecto do caráter e da natureza de Deus: a Sua imanência. Nosso Deus é o Deus Imanente. E... o que isto significa?
O Deus Imanente
A palavra "imanente" possui o mesmo prefixo "ima" que deu origem ao termo "Emanuel", que significa "Deus conosco". Assim, dizer que Deus é Imanente é dizer que Ele está presente conosco, que Ele está próximo, bastante chegado a nós. A Escritura nos mostra Deus como Alguém Distinto, sim, de Sua criação (como vimos no post anterior), mas como Alguém que escolheu "se misturar". Ele é o Deus sempre presente no todo de Sua criação, não porque Ele precisa, mas porque a criação precisa d'Ele. Já que sem Ele nada podemos fazer (João 15.5). Logo, Ele sempre Se fez presente em tudo aquilo que fez. E vemos isto desde o princípio da criação.
Em Gênesis 1.2, a Escritura nos mostra que o Espírito de Deus Se movia sobre a face das águas, o que era, até então, tudo o que havia sido criado. Ao longo do relato, vemos ainda mais a participação ativa de Deus na criação. E, ao fim do capítulo e no capítulo 2, vemos que Ele não apenas criou o homem à Sua imagem e semelhança, como também Se relacionava ativamente com Adão e Eva, caminhando pelo jardim (Gênesis 3.8).
Ao longo de todo o Pentateuco, vemos o Senhor procurando Se relacionar ativamente com o homem, por meio da descendência de Abraão, o povo de Israel, o que continua por todo o Antigo Testamento. Deus, apesar de Infinito, Poderoso e Transcendente, sempre quis estar presente em Sua criação, sendo o Deus Imanente, o Deus Emanuel. Tanto que, em Cristo Jesus, o Verbo Eterno Se fez carne e habitou entre nós (João 1.14), o que nos mostra em Sua força maior o desejo do Deus Criador de estar junto daqueles que criara.
O apóstolo Paulo, em Atos 17.28, afirma que n'Ele nos movemos e existimos e tudo mais, o que reforça ainda mais a necessidade que temos da onipresença de Deus em nossas vidas. Todos os seres criados estão em Deus, vivendo apenas e tão somente por causa d'Ele, pela permissão d'Ele e pelo poder d'Ele, que sustenta todas as coisas, já que n'Ele tudo subsiste (Colossenses 1.17). É "em Sua mão que está a vida de cada criatura e o fôlego de toda a humanidade" (Jó 12.10) e é Ele quem enche os céus e a terra (Jeremias 23.24). Logo, podemos concluir que este Deus, que é, sim, Transcendente, Soberano, Infinito em Superioridade a todos nós (não podemos nos esquecer disso) é também o Deus Imanente, o Deus que está perto de cada um de nós, conhecendo cada uma de nossas intimidades (ver Salmo 139). O nosso Deus não é um deus distante e alheio à criação, como apregoado pelo deísmo, corrente de pensamento que afirma que o criador é como um relojoeiro que deu corda ao mundo e o deixou rodar por si só. O nosso Deus é o Deus Presente e Atuante e Operante e Sustentador de TODA A SUA CRIAÇÃO!
Deus de perto e Deus de longe
É preciso também parar de afirmar algumas bobagens com alguns têm dito, como: "o nosso Deus não é deus de longe, e sim de perto. Pera, pera lá!! Calma, calma. Isto é um péssimo uso do texto de Jeremias 23.23-24. O texto, na verdade, tem um foco exatamente oposto (basta observar o contexto), conforme o mencionamos no post anterior. O texto está dizendo que Deus não é apenas Deus de perto, que vê apenas as proximidades da nação de Israel e seu mundinho; o texto, com palavras do próprio Deus, afirma que Ele é também Deus de longe, de maneira que ninguém, nem mesmo as nações poderosas ao redor de Israel, poderia jamais se esconder d'Ele, já que Ele enche os céus e a terra. O foco deste texto está muito mais em mostrar que nosso Deus é também Deus em longas distâncias. E nós precisamos mesmo parar com esta falácia de querer dizer que Deus não é Deus de longe. Entendo o que muitos querem dizer (mesmo que não o digam de forma teologicamente acertada), mas, na verdade, nosso Deus é Deus de tudo e em todas as situações, seja perto ou longe. Ele é Deus de perto? Sim. Mas Ele é também Deus de longe, oras, pois é Deus de tudo!!! Mas... voltemos ao nosso foco... hehe
Apesar de TAMBÉM ser Deus de longe, enfatizo aqui, através da imanência de nosso Criador, que Ele é também Deus de perto, Deus chegado, Deus conosco!! E isto nos traz muitas implicações enquanto Seus adoradores.
Quando entendemos que Deus é Imanente...
Saber que somos adoradores do Deus Imanente nos traz muitas lições e, em especial, muito consolo. Isso porque podemos ver que Aquele Deus do fogo, dos relâmpagos e trovões do Antigo Testamento, o Deus que a tudo criou e que é infinitamente Santo, é também nosso Amigo. Ele é o Deus que está conosco todos os dias até a consumação do séculos (Mateus 28.20). Ele é o Deus que nunca nos abandona e que nos consola a todo instante. Ele é nosso melhor Amigo, com Quem podemos conversar a qualquer instante. Ele é Aquele em cuja mão poderosa podemos pegar todas as vezes em que precisamos cruzar as movimentadas e ferozes avenidas de pecado em nossa caminhada cristã.
Saber que somos adoradores do Deus Imanente nos traz bastante consolo, já que sabemos que este Deus Se importa tanto conosco que resolveu Se envolver com nossos dramas, dificuldades e problemas. Ele mesmo Se esvaziou e Se fez carne, para que, por meio de Cristo, pudéssemos sempre adorá-Lo com toda a intrepidez e ousadia e alegria, tendo acesso Àquele que, por Sua própria natureza, seria infinitamente Inacessível (Hebreus 10.19-22).
Por outro lado, saber que somos adoradores do Deus Imanente também nos traz muita responsabilidade, pois Ele está a todo instante conosco, observando tudo o que fazemos, o que pensamos, o que dizemos e tudo mais (ver novamente o Salmo 139). Que responsabilidade isto nos traz, não? Quando, de fato, entendemos que nosso Deus é Imanente, todas as nossas ações mudam e a maneira como tratamos nossos ministérios também.
Ao estarmos cientes da imanência do Criador, perceberemos também que nada em nossos ministérios depende de nós, e sim e tão somente da mão sustentadora d'Aquele em quem subsistimos, nos movemos e tudo mais. É d'Ele que depende nossa existência e também a existência e eficácia de nossos ministérios. Além disso, é Ele Quem conhece (e de beeeem perto!!) tudo o que acontece em nossas ações de louvor musical na igreja e fora dela também.
Cientes disto, portanto, vamos adorar fielmente e com corações sinceros Àquele que é o Criador, Infinito e Poderoso, mas que está bem perto de nós, desejoso (não necessitado, ok??) de receber nosso louvor. Vamos amar com tudo o que temos e somos a este Deus que não apenas nos criou, mas tem nos sustentado por todo o tempo, permitindo que estejamos vivendo n'Ele. A Ele, pois, a glória eternamente!!
Em Cristo,
M. Vinicius (Montanha)
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