Pular para o conteúdo principal

OS 5 SOLAS E AQUILO QUE CANTAMOS





Todo mundo já sabe que, neste mês, estamos comemorando 500 anos de Reforma Protestante, né? Espero que saiba sim! hehe Se não, que saiba agora! :) Por isso, é inevitável falar sobre este tão badalado assunto nestes dias. E penso até que deveria mesmo ser muuuito mais "badalado". Tristemente, muito da Reforma tem sido esquecido e não simplesmente pela data em si.

Pensando nisso, resolvi fazer uma pequena série de cinco posts neste mês de outubro. Em cada um deles, estarei tratando de um dos famosos 5 Solas da Reforma Protestante. E, pra quem não sabe: o que é isso?

Os cinco "Solas" (esta expressão vem do latim e significa "somente", "só", "apenas") representam, de modo geral, um excelente resumo do pensamento reformado, ou seja, daquilo que os reformadores (Lutero, o mais conhecido) criam. Tudo isto já era crido antes, nos tempos dos apóstolos e dos pais da Igreja, mas havia sido esquecido com o passar do séculos e por isso que um reforma se tornou necessária. A ideia dos reformadores não era "inventar a roda" de novo, e sim conduzir o povo de Deus de volta às origens da fé cristã.

São eles: Sola Scriptura (Só a Escritura), Solus Christus (Só Cristo), Sola Gratia (Só a Graça), Sola Fide (Só a Fé) e Soli Deo Glória (Só a Deus Glória). E eles possuem uma lógica de ser em sua sequência: Só a partir da Escritura que se encontra a verdadeira revelação de Deus e Sua vontade para o homem. Esta Escritura nos mostra que só Cristo salva, e nenhum outro mais, pois Ele é o Único Mediador entre Deus e os homens. Sabemos, então, que esta salvação é um ato da Graça de Deus, pois é fruto do completo favor imerecido de Deus sobre nós, que somos salvos apenas pela fé, já que nenhuma obra praticada por qualquer um de nós seria capaz de nos aproximar do Senhor e livrar da condenação. E tudo isso deve resultar em glória apenas e tão somente ao Senhor, Criador de todas as coisas. Percebe melhor a sequência agora?

Agora... o que isso tudo tem a ver conosco, que trabalhamos com a chamada adoração na igreja e/ou que fazemos música cristã?

Dizem "por aí" que a arte como um todo é geralmente o reflexo de um povo, né? Então, será que nossa arte, nossa música tem refletido be o que cremos? Ou... pra refazer a pergunta: será que temos crido corretamente e expressado este desejo do Senhor em nossas canções. Bom, acredito que vale a pena a reflexão e sugiro começarmos por cada um dos "Solas". 

Você pode até dar uma vasculhada no youtube, se quiser, pra entender melhor cada um deles. Nossa proposta por aqui, de todo modo, será analisar cada um deles gerando aplicações à nossa prática musical cristã. Particularmente, penso mesmo que estamos carentes de conteúdo e este simples resumo da fé reformada bem pode nos ajudar a pensar sobre o que temos cantado. 

Sendo assim, deixo aqui, já de início, um primeiro desafio: vasculhe o repertório musical de sua igreja e/ou de seu ministério e veja quantas canções expressam, de algum modo, parte deste pensamento bíblico, trazido de volta pela Reforma. Procure ver quantas músicas você encontra que tenham ênfase em cada um dos Solas. Topa? Desafio lançado!

O segundo desafio, pois, será continuar nessa jornada durante todo o mês de outubro, analisando cada um dos pilares da fé reformada pelo prisma musical. Topa também? Então, prepare-se pro próximo post: Sola Scriptura!


Em Cristo,
M. Vinicius (Montanha)




Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

DICAS GERAIS PARA DIVISÃO DE VOZES

E aê, galeraaaa!!!!!!!!! Que saudades de escrever por aqui! Após um tempo de férias do blog (mas não de descanso total, garanto hehe), estamos, enfim, de volta e COM FORÇA TOTAL!!! Eu realmente precisava de um tempo pra refletir e pensar um pouco mais sobre muita coisa e, em especial, sobre o que postar por aqui neste retorno. E, neste primeiro post pós-férias, resolvi falar sobre um assunto um tanto recorrente em nossas igrejas: divisão de vozes. Muita gente trabalha direta ou indiretamente com isso nas igrejas e muitas outras gostariam muito de poder fazê-lo. Sim. Eu mesmo conheço pessoalmente muita gente que gostaria de saber, ao menos em linhas gerais, como fazer uma divisão de vozes. Bom, meu desafio é tentar sintetizar isso por aqui. hehe É óbvio (mas preciso dizer!) que não é (MESMO) possível se fazer um verdadeiro curso de harmonização vocal, devidamente sistematizado e estruturado de maneira que, após visitar este post, alguém saia realmente formado como

LIDERANÇA MUSICAL NA IGREJA: FUNÇÕES E DESAFIOS

Introdução A importância da música na prática eclesiástica é algo inquestionável. E, para uma melhor prática musical eclesiástica, acredito ser de extrema importância se ter uma liderança bem estabelecida, de modo que tal prática possa ser conduzida rumo aos caminhos tencionados por um planejamento realizado por esta liderança. Contudo, há casos em que não há um líder oficialmente estabelecido. Acredito, porém, que sempre há um líder, mesmo que não se reconheça sua existência oficial. Mas há sempre alguém que influencia outros musicalmente e/ou que assume a responsabilidade pelas ações musicais da igreja. E, quando realmente não há, acredito que o potencial musical da igreja em questão poderia estar bem melhor e que, provavelmente, as ações musicais da referida igreja estão completamente perdidas, até que alguém se responsabilize por elas. Foi por isso que, dentre outras razões (como os pedidos que me foram feitos hehe), resolvi escrever esse post. Através dele, preten

DICAS PARA UMA BOA MINISTRAÇÃO

Após muitos estudos, reflexões e discussões sobre o assunto, resolvi, enfim, escrever um pouco do que penso sobre a chamada "ministração de louvor". Além de conviver com essa realidade de maneira muito próxima (o primeiro ministro de louvor que conheci foi meu próprio pai, com quem aprendi boa parte do que está aqui registrado), tenho tido o enorme privilégio de poder também ministrar louvor em minha igreja (ministro, junto com alguns mui amados irmãos, em nossa banda de jovens) e em outros lugares aos quais nossa banda é convidada a ir. E, por essa razão, me sinto bastante à vontade pra falar do assunto, tendo em vista que eu sou o primeiro alvo de cada palavra aqui registrada. Além disso, aqueles que trabalham comigo sabem, de perto, se as cumpro ou não, o que torna este post um desafio ainda maior. hehe Sendo assim, separei algumas dicas que colecionei ao longo dos anos e que acredito serem importantes em nossa prática musical eclesiástica. E, portanto, sem mais delong