Pular para o conteúdo principal

O QUE A “QUARENTENA” PODE TRAZER DE BOM PARA NOSSOS MINISTÉRIOS DE MÚSICA?







Introdução

É pessoal… os tempos não têm sido fáceis, não é mesmo? Estamos praticamente todos (digo isso, porque aqueles que trabalham em funções consideradas essenciais - médicos, enfermeiros, etc. - continuam em ação) confinados em casa e, infelizmente, sem poder nos reunir como igreja. E, consequentemente, estamos sem ensaiar, sem tocar e cantar juntos, o que afeta diretamente a todos nós, que trabalhamos com música na igreja, não é?

Bom, eu poderia passar o dia inteiro falando sobre os aspectos negativos disso (perda de rendimento, de entrosamento, possível esquecimento de repertório, etc.), mas decidi focar no que de positivo este tempo pode nos trazer. Ah. E usei as “aspas” no título, porque, na verdade, “quarentena” não é o termo mais adequado (segundo os entendidos da área) para o que estamos vivendo no Brasil, né? Mas… é ele que tem sido usado, então… fui na onda. hehe De todo modo, continuando, decidi focar no que de positivo pode haver nisso tudo (vale lembrar que a Bíblia nos ensina que toda provação tem como objetivo e consequência nos fazer crescer; deem uma lida no capítulo 1 da Epístola de Tiago, por exemplo). Então, vamos tentar responder à pergunta que intitula este post: o que a “quarenta” pode trazer de bom para nossos ministérios de música?


1 - TEMPO PARA REFLETIR

Acredito que tempo seja algo que, enquanto ministérios, todos nós teremos um pouco a mais do que normalmente teríamos, não é? Sei bem que algumas igrejas têm mantido transmissões ao vivo e/ou gravações de cultos e etc, mas nada como se costuma normalmente viver: cultos com banda completa todos os domingos, ensaios a pleno vapor e tudo mais. Ao menos, se estivermos todos seguindo as recomendações que as autoridades nos deram (lembrando que a submissão às autoridades é mandamento bíblico: basta ler Romanos 13, sem mencionar outras passagens), não estaremos vivendo as mesmas rotinas ministeriais de antes. 

Com isso, há tempo sobrando (de algum modo), não é? A grande questão é o que faremos com esse tempo ou que já temos feito com ele durante as semanas que já passaram. Tenho refletido muito durante esse tempo e gostaria de convidá-los a fazer o mesmo. E, em especial, a refletir sobre nossos ministérios e nossa atuação enquanto adoradores musicais. Este é, sem dúvida alguma, um bom momento para se pensar sobre o que tem feito, fazer meio que um "balanço geral" do que vem sendo praticado em nossas igrejas, analisando pontos fortes e fracos. Ora... por que não fazer isso? Além de otimizar o tempo, é uma excelente forma de ocupar nossas mentes com algo além de número de infectados, mortes e querelas políticas. Vale a pena, pessoal!


2 - TEMPO PARA APRENDER

Esta reflexão, então, deve servir para nos trazer algum aprendizado. Ao pensar sobre o que temos feito e no que temos acertado e errado (principalmente no segundo), teremos grande oportunidade de aprendizado. Será que temos investido um bom tempo em ensaios (ou o quanto eles têm sido bem aproveitados)? Como tem sido nosso tempo de comunhão com os integrantes do ministério? Estas e várias outras perguntas podem (e devem) ser feitas. E a resposta de cada uma delas vai promover algum aprendizado, de modo que aquilo que precise ser corrigido assim o seja e possamos ter melhores práticas, quando o retorno acontecer. Pedir sabedoria a Deus, durante esse tempo de provação, é igualmente indispensável para que este aprendizado aconteça (cf. Tg... ).


3 - TEMPO PARA PLANEJAR

Se há tempo para se pensar e para se aprender com o que se vai pensando, há também tempo para planejamento. Isto, infelizmente, é algo que muita gente não faz muito ou é algo de que brasileiros acabam não gostando muito. Já é de nossa cultura: não somos um país muito conhecido por seu planejamento. Mas, se nos lembrarmos do fato de que somos estrangeiros (cf. Hebreus...), é essencial que nos comportemos como habitantes da pátria que virá e, assim, sejamos diferentes. Planejar faz bem, galera, e como!

Logo, aproveitemos esse tempo para traçar alguns objetivos de mudanças e melhorias para nossos ministérios. Por que esperar o retorno total das atividades para fazer isso? Talvez, uma das maiores queixas e/ou dificuldades que nossos ministérios enfrentam é o fato de não dar muito tempo de planejar tanta coisa, tendo em vista que as atividades são semanais. Com essa parada, já é possível, por exemplo, pensar em músicas novas a serem inseridas no repertório, ideias de novos arranjos podem surgir e muito mais. Diria até que, pouco a pouco, quando as coisas forem voltando ao normal, pode-se fazer ensaios e planejamentos de cultos com duas ou três ou até quatro semanas de antecedência! É só uma questão de se querer e fazer! 


4 - TEMPO PARA PRATICAR

É importante que este tempo seja também usado para praticar as músicas do repertório e tudo mais. Aos músicos de igreja que possuem instrumentos em casa, não pare de usá-los só porque você "não vive de música" (caso você não seja músico por profissão). Continue estudando seu instrumento (isto também se aplica aos cantores, hein?). Aos que não possuem o instrumento, tentem ver com seus líderes a possibilidade de a igreja emprestar este instrumento. Todos sairão ganhando com isso. Vai lá, isolado, claro (hehe), sem aglomerações, e traz o instrumento pra casa.

Além de praticar seu instrumento, estar constantemente ouvindo as canções que fazem parte de seu repertório também é uma boa. Não vamos tomar por certo que, ao retornar, todo mundo vá se lembrar de todas as entradas e convenções e arranjos de base e por aí vai. Custa nada separar um diazinho por semana, que seja, pra ouvir estas músicas.


5 - TEMPO PARA SE REAPAIXONAR

Dizem que "só se valoriza mesmo o que se tem depois que se perde", né? Por um lado, espero que este não seja o nosso caso. Por outro lado, mesmo que já sejamos apaixonados por nossos ministérios, espero sinceramente que este tempo de parada (re)acenda uma chama ainda maior por ele. Que este tempo de ausência nos dê ainda mais desejo de correr atrás e de nos dedicar à obra que não é nossa, mas do Senhor. 

Que nossos corações amem ainda mais este privilégio de servir ao Senhor com a música e, quando o desânimo futuro vier (caso venha... e, infelizmente, sabemos que vem em algumas ocasiões), lembre-se deste momento agora, no qual você gostaria muito de poder estar cantando e tocando com seus irmãos, mas não pode. Lembremos também que isto é bastante comum em meio a tantos irmãos nossos, que têm sofrido perseguições por causa do Evangelho e que, geralmente, não podem se reuni publicamente, não por causa do COVID-19, e sim porque, se o fizerem, serão mortos ou terão os seus queridos mortos e/ou torturados. Vamos valorizar o que temos, galera!



Palavras Finais

Pois é, gente. Estamos “parados”, mas não podemos, de fato, ficar parados e “de braços cruzados”. Podemos (e devemos) usar este momento para crescer e absorver o máximo do que Deus quer aprendamos durante esse tempo. Logo, nossa comunhão com o Senhor é indispensável, como sempre é. E aproveitemos, então, e já coloquemos diante d’Ele o retorno. Não pensem que será fácil. Não! Será um retorno inevitavelmente difícil e paulatino, pouco a pouco… 




Façamos nossa parte, então, e entreguemos tudo nas mão do Senhor, deixando que Deus faça a parte d’Ele, como tem sempre feito. Não há razões para desespero ou desânimo. Vamos seguir adiante, “lançando sobre Ee toda a nossa ansiedade, pois Ele tem cuidado de nós” (…).







É isso, galera!




Até a próxima!







Em Cristo,

M. Vinicius




Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

DICAS GERAIS PARA DIVISÃO DE VOZES

E aê, galeraaaa!!!!!!!!! Que saudades de escrever por aqui! Após um tempo de férias do blog (mas não de descanso total, garanto hehe), estamos, enfim, de volta e COM FORÇA TOTAL!!! Eu realmente precisava de um tempo pra refletir e pensar um pouco mais sobre muita coisa e, em especial, sobre o que postar por aqui neste retorno. E, neste primeiro post pós-férias, resolvi falar sobre um assunto um tanto recorrente em nossas igrejas: divisão de vozes. Muita gente trabalha direta ou indiretamente com isso nas igrejas e muitas outras gostariam muito de poder fazê-lo. Sim. Eu mesmo conheço pessoalmente muita gente que gostaria de saber, ao menos em linhas gerais, como fazer uma divisão de vozes. Bom, meu desafio é tentar sintetizar isso por aqui. hehe É óbvio (mas preciso dizer!) que não é (MESMO) possível se fazer um verdadeiro curso de harmonização vocal, devidamente sistematizado e estruturado de maneira que, após visitar este post, alguém saia realmente formado como

LIDERANÇA MUSICAL NA IGREJA: FUNÇÕES E DESAFIOS

Introdução A importância da música na prática eclesiástica é algo inquestionável. E, para uma melhor prática musical eclesiástica, acredito ser de extrema importância se ter uma liderança bem estabelecida, de modo que tal prática possa ser conduzida rumo aos caminhos tencionados por um planejamento realizado por esta liderança. Contudo, há casos em que não há um líder oficialmente estabelecido. Acredito, porém, que sempre há um líder, mesmo que não se reconheça sua existência oficial. Mas há sempre alguém que influencia outros musicalmente e/ou que assume a responsabilidade pelas ações musicais da igreja. E, quando realmente não há, acredito que o potencial musical da igreja em questão poderia estar bem melhor e que, provavelmente, as ações musicais da referida igreja estão completamente perdidas, até que alguém se responsabilize por elas. Foi por isso que, dentre outras razões (como os pedidos que me foram feitos hehe), resolvi escrever esse post. Através dele, preten

DICAS PARA UMA BOA MINISTRAÇÃO

Após muitos estudos, reflexões e discussões sobre o assunto, resolvi, enfim, escrever um pouco do que penso sobre a chamada "ministração de louvor". Além de conviver com essa realidade de maneira muito próxima (o primeiro ministro de louvor que conheci foi meu próprio pai, com quem aprendi boa parte do que está aqui registrado), tenho tido o enorme privilégio de poder também ministrar louvor em minha igreja (ministro, junto com alguns mui amados irmãos, em nossa banda de jovens) e em outros lugares aos quais nossa banda é convidada a ir. E, por essa razão, me sinto bastante à vontade pra falar do assunto, tendo em vista que eu sou o primeiro alvo de cada palavra aqui registrada. Além disso, aqueles que trabalham comigo sabem, de perto, se as cumpro ou não, o que torna este post um desafio ainda maior. hehe Sendo assim, separei algumas dicas que colecionei ao longo dos anos e que acredito serem importantes em nossa prática musical eclesiástica. E, portanto, sem mais delong