Eu diria que estas dicas serviriam pra qualquer ano. Mas, já que estamos em 2021 e este é um ano que tem a imensa responsabilidade de suceder o difícil ano de 2020, optei por manter o ano no título. Mas, se você estiver lendo esses post em outro ano, penso eu que estas dicas bem possam ser também aplicadas.
E, se por um acaso você está lendo isso aqui e ainda é dos que pensam "E é preciso mesmo montar um repertório pro ano inteiro?", recomendo que leia o post REPERTÓRIO: NECESSIDADE OU LUXO?
Uma vez que entendo estarmos cientes da importância da formação de um repertório, vamos logo às dicas, então!
1 - CONSIDERE O ANO QUE PASSOU.
É indispensável que algo do ano anterior permaneça, no que diz respeito a músicas tocadas/cantadas. Construir um repertório do zero, ao meu ver, seria um prejuízo não apenas para os músicos, que nada teriam de "terra comum" para usar como base e lugar de refúgio numa eventual necessidade, por exemplo; inicia-lo do zero seria também (e ainda mais) um prejuízo enorme para a igreja, a comunidade em que estamos inseridos. Haveria apenas músicas novas (mesmo sabendo que alguma já seria conhecida por alguém da igreja, já que se costuma ouvir música fora da igreja também, não é mesmo?) e isso seria "um tiro no pé" no estímulo à adoração cantada. Acho que nem preciso dizer o quanto isso seria totalmente impraticável!
Para este ano, contudo, eu diria ser também importante considerar o ano que passou no que diz respeito às circunstâncias que enfrentamos enquanto igreja e planeta! Estamos todos ainda muito machucados e/ou marcados por tudo o que houve em 2020 e penso eu que seria uma total insensibilidade por parte daqueles que conduzem os momentos de louvor com música em cada igreja desconsiderar esta realidade. Sendo assim, canções que ainda possuam certo caráter de lamento, clamor por mudança e/ou que falem do sofrimento do cristão, ao meu ver, são bastante bem vindas!
2 - CONSIDERE O QUE SERÁ PREGADO.
Eu acredito totalmente que todas as ações em um culto devem estar de algum modo relacionadas com aquilo que será pregado. Entendo ser a pregação o centro de tudo, já que até mesmo aqui que cantamos deve ser usado como meio para que a Palavra de Cristo habite em nós (cf. Colossenses 3.16 e Efésios 5.18-20).
Por isso, é importante que se converse com o(s) pastor(es) de sua igreja, para saber o que ele planejou quanto às pregações deste ano que se inicia. Não faz qualquer sentido cantar algo totalmente diferente daquilo que estará sendo ensinado e, por mais que haja canções mais gerais, por assim dizer, que "cabem em qualquer situação", acredito que quanto mais próximas as canções forem das mensagens pregadas, melhor!
3 - CONSIDERE A QUALIDADE TEOLÓGICA DA LETRA DAS CANÇÕES.
Pelo amor de Deus! Tenhamos mais cuidado com o que cantamos. E não falo simplesmente no sentido de ser mais ou menos profundo. Falo no sentido de ser correto ou não, biblicamente falando! Há muitos erros bíblicos cometidos em muitas canções e que, infelizmente, têm entrado em muitas igrejas por pura ignorância.
Converse com seu(s) pastor(es) sobre isso. Apresente a ele(s) as possíveis canções a serem escolhidas. Mostre as letras e pergunte diretamente se há algo de errado com alguma delas. Gente! Isso poupará tanto trabalho em vão e possíveis dores de cabeça no futuro que... vale a pena demais essa conversa franca, camarada e cristã entre líderes e liderados!
4 - CONSIDERE AS HABILIDADES MUSICAIS DA EQUIPE.
Seja bastante realista na escolha de repertório, prestando bastante atenção ao nível musical dos cantores e instrumentistas de sua igreja. Não quero, obviamente, despertar qualquer espécie de escanteamento ou mesmo rejeição de uns para com os outros, mas é importante entender que, infelizmente, há repertórios mais simples e outros mais complexos. E há canções que, infelizmente, algum músico pode não ter condições técnicas de executar. Claro que isso também terá muito a ver com o arranjo (e um arranjo pode ser rearranjado, de modo a simplificar a coisa), mas, às vezes, há determinadas canções que, se tiverem seus arranjos mudados, ficarão muito descaracterizadas e, por isso, devem ser mantidas em seu arranjo original. Só que este arranjo pode conter instrumentação e/ou realidades outras que estão fora da realidade pra alguns lugares. É importante humildade pra reconhecer isso.
5 - CONSIDERE AS PREFERÊNCIAS MUSICAIS DA COMUNIDADE.
Sim, não adianta "nada contra a maré" em alguns casos. Creio, sim, que nós que fazemos música na igreja temos um trabalho de educação a ser feito também, mas entendo que, inevitavelmente, como acontece em qualquer contexto, haverá naturais preferências de estilo musical em cada igreja.
Há, no geral, uma grande predominância do chamado pop rock (e isso tem sido mais que notório na última década pelo menos!), mas há também as peculiaridades de cada lugar. E, quando escolhermos aquilo que será cantado, temos que nos lembrar de quem estará cantando. Afinal de contas, não é nosso objetivo fazer shows ou concertos musicais, não é? Depois do Senhor, é por causa da congregação e é pra ela que fazemos música, então, é preciso observar o que geralmente se canta. E, se há um desejo de se provocar alguma mudança, que isso seja feito aos poucos, com sensibilidade e maturidade. De todo modo, tenho certeza de que você, se já está na mesma igreja há um tempo, já consegue saber bem que músicas "vão pegar" ou não na igreja. Pense nisso na hora de planejar o repertório do ano!
É isso! Espero que as dicas ajudem de algum modo e desejo a todos excelentes momentos de adoração com música em 2021! Que possamos estar juntos fazendo aquilo que tanto amamos e que o Senhor nos liberte logo desta terrível pandemia!
Abraços a todos!!!
Em Cristo,
M. Vinicius
Ps.: Para ouvir este post, basta acessar nosso podcast através do link: PODCAST ADORE COM MÚSICA
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