Se tem uma coisa que é verdade é que toda igreja, em algum momento, enfrenta problemas relacionados a volume de som, não é mesmo? E, dentre as milhares de discussões em torno do assunto, uma que já presenciei e experimentei não poucas vezes é a discussão sobre o uso da bateria eletrônica.
Sempre que o problema do som vem à tona, surge também aquela sugestão de que se compre uma bateria eletrônica para a igreja. Se não for isso, fala-se na compra de um aquário para a bateria. Mas... ao menos nos lugares por onde passei, atesto que a sugestão pela bateria eletrônica sempre se mostrou mais frequente.
E, então, será que usar uma bateria eletrônica é mesmo a melhor saída para se "controlar" o som e evitar problemas com vizinhos ou mesmo com membros da igreja? Já começo aqui dizendo que não!
Com todo o respeito por aqueles que optaram por comprar uma bateria eletrônica para usas igrejas, apresentarei aqui razões pelas quais não entendo ser a bateria eletrônica a melhor opção.
1 - Considero o timbre muito artificial.
Não posso negar que, por melhor que seja a bateria eletrônica, para música ao vivo, nunca soa realista a meus ouvidos. Até admito bom uso em gravações em estúdio (e ainda com ressalvas), mas a sensação de estar diante de um PA e ouvir toda a banda com o som real/habitual, e uma bateria com aquele som (e olhar que já vi música ao vivo com uma das melhores baterias eletrônicas do mercado) é realmente frustrante pra mim.
Por melhor que seja a bateria, reitero, sua sonoridade me chega aos ouvidos como algo muito "fake", pra usar um termo do momento. Por isso, não considero a melhor opção para música ao vivo, que é a que mais se pratica nos grupos musicais eclesiásticos.
2 - A bateria eletrônica afeta a execução dos bateristas e de outros músicos.
Claro que isso dependerá muito do modelo. Os modelos mais avançados, com peles sintéticas e tal (ao contrário daqueles pads horrososos rsrsrs) trazem uma experiência mais real para quem toca. Mesmo assim, pode perguntar a qualquer baterista de bom nível musical e técnico e ele te responderá: "Não é a mesma coisa. Nunca vai ser!".
De fato, tocar numa bateria eletrônica exigirá uma série de adaptações ao baterista. E, se considerarmos o contexto de igrejas, nas quais nem sempre (pra não dizer quase nunca) se tem bateristas profissionais e/ou de nível muito elevado, isso pode se tornar um problema. Além disso, o resto da banda também pode ser afetado.
Imagine só como fica a situação do retorno! Normalmente, todos são acostumados a ouvir o som real da bateria, ali, "no juízo", como se diz. A partir do momento em que tudo se torna eletrônico, isso exigirá um bom sistema de retornos que possibilite a todos uma boa audição da bateria. E, caso isso não aconteça, os desencontros rítmicos serão terríveis. Bom, não posso negar que já passei por isso. hehe Logo, usá-la trará também a necessidade de se investir (caso já não haja) num bom sistema de retornos (por exemplo, com fones de ouvido ou caixas de chão de qualidade, caso seja um palco grande), o que trará mais gastos financeiros.
3 - Não penso que seja um bom custo-benefício.
Falando em gastos financeiros, é preciso dizer que para se ter uma boa bateria eletrônica (não me refiro aqui a uma "meia boca" , como se diz...), o valor gasto certamente não será baixo.
Quem pensa ser barato (até mais do que comprar uma boa bateria acústica) se engana DEMAIS. E acredite: há quem pense assim! Mas, com um valor menor do que o que se gastaria numa bateria eletrônica realmente boa, é possível comprar uma baita bateria acústica! E, assim, por consequência, posso dizer que com o dinheiro que seria gasto numa bateria eletrônica top de linha, é possível comprar uma baita bateria acústica e ainda encomendar um aquário para isolamento acústico! O que nos leva ao próximo item!
4 - Vejo outras soluções para o problema do volume de som.
Quem escolhe a bateria eletrônica por causa do volume de som o faz, talvez, por não pensar em outras possibilidades. Reconheço ser esta a possibilidade aparentemente mais "fácil"; é o caminho mais fácil a se seguir.
Contudo, vejo outras possibilidades. Uma delas, sobre a qual comecei a falar no item anterior, é a confecção de um aquário para a bateria. Nos últimos anos, isso tem se tornado comum em igrejas. E engana-se também quem pensa ser esta uma alternativa tão cara assim. Veja bem: não estou dizendo ser muito barato, mas... para quem cogita comprar uma bateria eletrônica por milhares de reais, garanto ser possível comprar uma boa bateria e isola-la com o aquário. Com uma boa microfonação, a sonoridade da bateria ficará muito bonita, regulável e com um som de bateria acústica, um som REAL!
Outra solução para igrejas de menor porte é o uso deu recém-inventado instrumento chamado "Tajón". O tajón é meio que um cajón adaptado para virar uma espécie de percuteria (pra não chamar de mini bateria). É um cajón com estruturas metálicas circulares para peles (como as peles de uma bateria mesmo). A ele, junta-se um ximbal e quantos pratos se desejar. E o bumbo, tocado por um pedal, é formado por uma pele no centro do próprio "outrora cajón". É um cajón com uma pele de bumbo no meio e uma ou duas ou até três peles (para reproduzir caixa e tons) na parte de cima, o que influenciará na largura do instrumento. De todo modo, é algo bem compacto e cujo volume sonoro definitivamente não se compara ao de uma bateria acústica.
Desse modo, é possível ter o bom som acústico, uma boa execução (embora também um pouco diferente, mas ao menos com peles reais e tudo mais) e facilidade de transporte. A melhor parte: muito mais barato que ambos, bateria acústica e eletrônica. Para melhorar seu som, basta microfoná-lo (o que também é feito com maior facilidade) e, assim o controle do volume de som será bem realizado.
Hoje, para igrejas menores, vejo o tajón como uma excelente possibilidade, mesmo que não se possa microfoná-lo (se for uma igreja bem pequena mesmo, nem há por que fazer isso!
Bom, estas são minhas razões para não comprar uma bateria eletrônica para a igreja. Nas igrejas por onde passei esta conversa sempre ia e vinha. Em uma delas, chegamos a testar tocar ao vivo com uma bateria eletrônica. Na outra, pela experiência prévia, logo sugerimos o aquário e foi o que fizemos. Hoje, com a cabeça de um plantador de igreja, já que estou no início do processo de plantação de uma (hehe), vejo o tajón com bons olhos por um bom tempo, ao menos até que a igreja tenha certo tamanho e possa contar com uma boa bateria acústica e seu aquário. hehe
E você, o que pensa sobre isso? Fale abaixo nos comentários! Sinta-se livre para acrescentar algo, concordar ou mesmo discordar! :) Aproveite e compartilhe o post com algum amigo seu (se for batera, melhor ainda).
Abraços e Deus abençoe!
Em Cristo,
M. Vinicius
Discutimos sobre esse assunto em nossa igreja no mês passado. E realmente, pela nossa falta de experiência, optamos pela bateria eletrônico pensando ser a melhor opção para controlar o som, não tínhamos pensado nessas possibilidades que você colocou aí no seu texto. Mas ainda não compramos a bateria. Vou compartilhar este seu artigo com o irmãos do louvor e ver o que eles acham. Obrigado meu irmão! Graça e paz!
ResponderExcluirBoa noite. A Paz do Senhor. É um assunto sem uma definição fácil. Mas fácil é lembrar aos "ministros" servos de Deus e por conseguinte servos da igreja ...que são esses referências para louvar e adorar ao SENHOR. Se o irmão se mostrar muito resistente a uma opção ou outra sem colocar em primeira opcao a adoração....... precisa rever o qye esta fazendo no louvor musical
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