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POR QUE ME CAPACITAR MAIS?





Ao longo dos anos de trabalho com música na igreja, em diversas ocasiões vi irmãos e irmãs fazendo esse tipo de pergunta ou comentário. Às vezes, isso não vinha por meio de palavras, mas as ações falavam tão alto que se tornava bastante evidente. 

Bom, se alguém da sua igreja (ou mesmo você) faz esse tipo de pergunta, certamente se encontra em um dos grupos de pessoas abaixo.


Grupo 1: Não entendeu ainda a obrigação de fazer o melhor.

O comodismo é um dos piores problemas da atual geração e vemos muita gente mesmo que acha que pode fazer tudo no modo "meia-boca". E apenas trazem para a igreja e suas obrigações ministeriais aquilo que fazem na própria vida profissional e/ou acadêmica.

Estes não entenderam ainda que Deus requer de nós sempre o melhor. Provavelmente, nunca leram os  Livros de Êxodo, Levítico ou Hebreus. No máximo, devem ter ouvido alguém citando 1 Coríntios 11.40 ao falar de "ordem e decência" e ou sequer se lembra de que estas palavras não são um mero ditado evangélico e têm origem na Escritura, ou acha que isso se aplica apenas à ordem de culto (a organização da liturgia em si).


Grupo 2: Não entendeu que há ministérios técnicos na igreja e a música é um deles.

Com todo o respeito a outros ministérios, aqueles que trabalham com música, com som, com fotos e vídeos (o áudio-visual em geral e outros mais) possuem atribuições técnicas. E isso requer conhecimento técnico da coisa. 

Se, por exemplo, houvesse um ministério de saúde na igreja, o natural seria que médicos, enfermeiros, nutricionistas e educadores físicos fizessem parte dele. Como na música, há muitos que atuam (até mesmo profissionalmente) sem formação acadêmica, parece que se esquece por aí de que ainda assim o conhecimento técnico é necessário. E ignorar isso é como querer um tesoureiro que não tem experiência com finanças e sequer sabe calcular troco em padaria. Ou seja: péssima ideia confiar o dinheiro a alguém assim, né? Infelizmente, há quem ainda não entendeu isso!


Grupo 3: Não entendeu que qualidade técnica não cai do céu.

A cultura da tal da "unção" que tanto se menciona quando o assunto é louvor cantado tem gerado seres "espirituosos" demais pra admitir que a música em si precisa ser estudada e que a dedicação a esses estudos é o que gera o louvor de qualidade e que agrada a Deus.

Não! Os arrepios que alguns podem sentir (às vezes, os próprios ministros ou apenas eles mesmos sentem...) não são garantia de que tudo está bem feito e de acordo com o que dizem as Escrituras. Se não houver a devida dedicação e o dedo comprometimento, estaremos entregando o nosso pior a Deus. É preciso entender que o "momento de louvor" começa já na segunda, passando por todos os dias até o domingo e está totalmente ligado ao quanto estarei me dedicando ao longo da semana ao trabalho que Deus me permite realizar na igreja.


Grupo 4: Não entendeu que uma vida espiritual saudável resulta em dedicação técnica.

Já vi tanta "carteirada espiritual" por aí daqueles que criam o velho conflito "espiritual x técnico". Já vi tantos se colocando como superiores a seus irmãos (quando a Escritura ensina o oposto, por exemplo, em Filipenses 4.1-4), por não serem "viciados ou vidrados em técnica" como eles.

Mas... quando olhamos para a Escritura, vemos que uma vida espiritual saudável nada tem a ver com fazer as coisas de última hora, sem ensaios ou treinos e tampouco tem a ver com fazer o que quiser e quando quiser.

Uma vida espiritual realmente saudável inevitavelmente provocará em nós o sentimento de SERVOS, e não a preguiça de voluntários, que fazem o que querem e quando querem. Este sentimento de serviço, que esteve presente no Deus encarnado (cf. Filipenses 2.5-8) provoca em nós o desejo de ralar o quanto for preciso para fazer o melhor cada dia mais, sem falsas desculpas ou sentimento de "não tenho obrigação, pois sou voluntário" (cf. 1 Pedro 4.10).


Espero sinceramente que Deus proteja a mim e a você de estar em um destes grupos ou mesmo em mais um deles (se não em todos!). Mas espero também que Ele nos proteja de nos sentirmos superiores a nossos irmãos, pelo fato de não estarmos, e que Seu Espírito nos ensine a amar também estes irmãos e, com Graça e amor, buscar sempre corrigi-los, ensiná-los e ajudá-los (cf. Gálatas 6.1; Colossenses 3.16).



E, então, vamos nos capacitar mais? Fala pra mim aí nos comentários o que falta pra você crescer mais ainda em seu ministério?



Em Cristo,
M. Vinicius







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