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Breve História da Música na Igreja


Introdução


Ao longo de séculos e séculos, a música vem desempenhando papel de fundamental importância no contexto da igreja. Desde os primórdios, ainda na chamada “igreja primitiva”, a música tem sido usada pelos cristãos em seus ajuntamentos formais e informais e em reuniões e liturgias, de modo que sua importância se mostra por toda a história do povo chamado cristão. Conhecer a história da música na igreja é conhecer parte da história do próprio povo cristão e é, por isso, tarefa de extrema importância.


A Música na Igreja Primitiva


Pouco se sabe sobre a música praticada na igreja do primeiro século da era cristã. Isso porque não há tantos registros a esse respeito. Temos porém, algumas informações básicas que podem nos ajudar a compreender um pouco melhor a música dos três primeiros séculos da Igreja.

Primeiramente, é importante lembrar que a Igreja era originalmente formada por judeus em sua maioria. Jesus era judeu e pregou para judeus, mesmo entendendo que gentios também foram atingidos ainda no ministério de Cristo e muito mais em momentos posteriores, é claro. E, após a morte e a ressurreição de Jesus, a maioria dos discípulos de Cristo era ainda formada por judeus. 

Quando, então, a igreja é oficialmente fundada, com a descida do Espírito Santo, registrada em Atos 2, haviam ainda muitos discípulos também judeus. E, por isso, muitos ritos, liturgias e práticas da cultura judaica foram preservados, o que não excluiria, evidentemente, as práticas musicais, já que o referido povo sempre esteve bastante ligado à música (basta lembrar do Livro de Salmos para que isto fique bem evidenciado). Tanto é que, mesmo escrevendo para gentios, em sua carta aos efésios e aos colossenses, o apóstolo Paulo os exorta a se relacionarem entre si com salmos, hinos e cânticos espirituais (Efésios 5:19 e Colossenses 3:16). Observemos que os salmos, por sua natureza judaicos, continuaram a habitar o ambiente da Igreja, mesmo quando se tratava de uma comunidade formada por gentios. 

Podemos, então, concluir que havia música na chamada igreja primitiva e assim continuou durante os três primeiros séculos da era cristã. Havia o hábito de se cantar salmos e outros hinos compostos pela própria comunidade. E, por enfrentarem perseguições, os cristãos não faziam grandes reuniões públicas como hoje vemos. Eles se reuniam nas casas (como vemos em Atos 2:42-49, por exemplo), em catacumbas, cavernas e esconderijos em geral e, mesmo na prisão, faziam uso da música como instrumento de adoração ao Senhor.


A Música na Igreja da Idade Média


Com a promulgação do Edito de Milão, em 313 d.C., o Imperador Constantino concedeu liberdade de culto aos cristãos. Posteriormente, outros editos que favoreciam os cristãos foram também promulgados, de modo que o Cristianismo se tornou a religião do Estado. A partir daí, a igreja passou a dispor de uma maior organização litúrgica e, por consequência, uma também maior organização musical. E, uma vez que cessaram as perseguições, os cristãos puderam, enfim, construir locais de reunião (templos, auditórios, capelas, etc), de modo que reuniões regulares e dominicais (o domingo fora escolhido em lugar do antigo sábado judaico) se tornaram rotina entre os cristãos e a música era parte indispensável na liturgia da igreja romana. 

Durante a Idade Média, a música vocal era extremamente forte. O cantochão, os motetos e vários outros gêneros foram desenvolvidos nesse período. Arranjos a duas, três ou até quatro vozes eram realizados e os coros eram o principal agrupamento utilizado, já que os instrumentos eram muito mais utilizados na chamada música profana (BENNET, 2007, p. 18-19). A princípio, os instrumentos passaram a ser utilizados na Igreja como substitutos dos cantores - caso algum cantor faltasse, o órgão, por exemplo, poderia substituí-lo naquela voz que fazia. E, assim, se compunham agrupamentos mistos (instrumentos e cantores), mesmo se tratando de uma composição para cantores. E foi dessa maneira que, pouco a pouco, os instrumentos foram inseridos no contexto eclesiástico, sendo, posteriormente, usados como acompanhamento. Vale salientar que a prática musical era confiada apenas aos clérigos (monges, padres, bispos, etc.), já que a congregação não participava ativamente das liturgias na Igreja Romana, de modo que o saber musical era, sim, restrito aos membros do clero.


A Música na Igreja do Renascimento


O Renascimento foi um período de grande desenvolvimento e mudanças para a sociedade: novas invenções, novas concepções filosóficas e grandes conquistas políticas marcaram os séculos XV e XVI. Por causa desse desenvolvimento, novos instrumentos foram inventados, outros mais antigos foram aperfeiçoados, o que influenciou por demais as práticas musicais eclesiásticas. Novos intervalos passaram a ser utilizados, a polifonia se tornou mais densa e o número de vozes utilizadas foi aumentando. Os instrumentos, então, foram sendo gradativamente inseridos no ambiente da igreja. É importante lembrar que ainda havia grande preferência pela música vocal, mas instrumentos como o órgão, o cravo (antepassado do piano) e a sacabuxa (antepassado do trombone) eram muito utilizados não apenas na substituição de vozes, mas também para duplicá-las, o que, aliado ao uso de novos intervalos, tornou a sonoridade da música da igreja muito mais densa e heterogênea. Alguns compositores também começaram a se interessar pela composição de peças para instrumentos.

Foi também no Renascimento que algo que iria marcar para sempre a história da igreja aconteceu: a Reforma Protestante. O monge Martin Luther (conhecido por nós como "Lutero") foi o grande responsável por reunir todos aqueles cristãos que não concordavam com as práticas espúrias e pecaminosas da igreja de Roma, deixando, portanto, a Igreja do Império para viver uma realidade eclesiástica mais próxima das Escrituras, já que acreditava ser ela o norte de toda prática cristã. E o próprio Lutero, também músico, e casado com a musicista Katharina Von Bora, foi extremamente importante para o desenvolvimento da música na igreja. Além de compor muitas peças musicais, Lutero trouxe de volta à congregação a participação ativa no culto. A antiga missa, na qual apenas os clérigos atuavam e cuja música era a eles restrita, foi totalmente substituída por um culto ativo e participativo, no qual homens e mulheres entoavam cânticos de adoração ao Senhor em sua própria língua, e não mais em latim, língua da Igreja Romana. E assim, se hoje cantamos em nossas igrejas, este homem teve papel de fundamental importância para que isso acontecesse. A partir de então, com a igreja dividida, sua música também assim se tornou, possuindo grande expoentes e representantes tanto de um lado como do outro ao longo de toda a história até os dias de hoje.


A Música na Igreja do Barroco


No período que vai de 1600 a 1750, a música como um todo, dentro e fora da igreja, passou por diversas mudanças, dentre as quais o estabelecimento do tonalismo é, indiscutivelmente, a maior. A música tonal ganhou grande destaque no período barroco. Se, na Idade Média, Deus era tido como o centro do universo, no Renascimento, por sua vez, o mundo passou a questionar esta centralidade, principalmente por ser ela representada pela Igreja de Roma. E, por isso, a Reforma aconteceu nesse período. Havia um grande sentimento de contestação contra a igreja. Agora, porém, no Barroco, em tudo se via a constante oposição entre a luz e as trevas, Deus e o diabo, o céu e o inferno, a luz e as trevas, dentre outros exemplos. E isso se refletia também na música.

Com o estabelecimento do tonalismo, a concepção harmônica deixou de ser tão horizontal como antes e passou a ser muito mais vertical, uma vez que a relação entre as vozes passou a ser alvo de maior preocupação por parte dos compositores. Assim, o campo harmônico foi estabelecido e os graus e suas funções passaram a ser bastante explorados. Foi também no barroco que as obras musicais passaram a contar com uma melodia acompanhada de uma base harmônica. E, desse modo, os instrumentos se tornaram muito mais atuantes no ambiente da igreja, principalmente o cravo e, posteriormente, o órgão, usados não simplesmente na substituição de vozes, mas como acompanhamento harmônico.

Muitos compositores e instrumentistas e cantores atuaram no ambiente da igreja como músicos contratados por ela. De ambos os lados, protestantes e católico-romanos, muitos foram os nomes que contribuíram para o desenvolvimento da música cristã. No meio católico-romano, podemos citar: o compositor Claudio Giovanni; Antonio Monteverdi, maestro, cantor e gambista (alguém que tocava viola da gamba, um dos antecessores da viola de orquestra, instrumento da família do violino, do cello, etc.); dentre outros. Antonio Lucio Vivaldi, autor de “As Quatro Estações”, e que também era padre, por sua vez, foi grande expoente do chamado barroco tardio, destacando-se um pouco mais durante o período Clássico. 

No meio protestante, o grande nome é, indiscutivelmente, Johann Sebastian Bach (1685-1750), grande organista, excepcional compositor e um servo de Deus. Por sua grande admiração a seu compatriota e irmão de fé, Martinho Lutero, compôs muitos corais alemães e ainda rearmonizou muitos outros, como o hino “Castelo Forte”, de autoria do próprio Lutero. E durante grande parte de sua vida, Bach trabalhou na igreja. Outro que também merece destaque como grande compositor protestante é George Friedrich Handel (1685-1759). Alemão, assim como Bach, trabalhou também como músico na igreja, além de ter estudado teologia. Naturalizou-se inglês e foi na Grã-Bretanha que viveu seus últimos anos. 

Foi no Barroco que, pela primeira vez, a música instrumental atingiu o mesmo grau de importância da música vocal, o que pode ser claramente enxergado nos diferentes tipos de composições instrumentais, como: a sonata, em oposição à cantata; a fuga, homônima do cânone vocal; dentre outros. Foi também nesse período que a orquestra começou a tomar forma.


A Música na Igreja do Período Clássico


No período clássico, as grandes orquestras ganharam destaque e a música instrumental cresceu ainda mais. As óperas e sonatas, surgidas no barroco tornaram-se ainda mais utilizadas durante esse período.

Foi no período Clássico que, pela primeira vez, a música instrumental superou a música vocal em importância, sendo o piano, instrumento recém inventado, largamente utilizado pelos compositores do período. A rigidez de estilo e forma também foram marcas indeléveis desse momento histórico, que trouxe à tona a chamada “sinfonia” (que era, na realidade, uma sonata para orquestra), o “concerto”, que contava com o célebre momento da cadência, tocada pelo solista, e ainda a “ópera”, por quem os compositores do período tinham preferência (BENNET, 2007, p. 48-52).

Tendo em vista a grande influência do Iluminismo sofrida nesse momento histórico, o pensamento racional era bastante valorizado e, assim, os compositores, mesmo ainda compondo obras para o meio eclesiástico, como as missas de Mozart, por exemplo, adquiriram enorme destaque e expressão no meio secular, o que também aconteceu durante a era romântica da história da música.

Como compositores do período, podemos citar: Joseph Haydn, Wolfgang Amadeus Mozart e, Ludwig Van Beethoven, que, assim como Bach, adentrou o período seguinte da música. Beethoven foi músico de grande relevância para o período Romântico, sendo, hoje, largamente conhecido por suas sinfonias. Bach, por sua vez, sucedido por seus filhos, que também eram músicos e compositores, experimentou o declínio em seus últimos anos, já que até mesmo seus filhos o consideravam ultrapassado, tendo em vista as novas ideias clássicas. Beethoven, contudo, experimentou algo bastante diferente.


A Música na Igreja do Período Romântico


A expressividade foi a marca principal da música desse período. Dentre seus vários compositores, podemos destacar como grande expoente, Ludwig Van Beethoven, que compôs diversas obras cantadas e tocadas ainda hoje, como a 9ª Sinfonia, largamente executada em muitas igrejas ao redor do mundo.

Este período não foi, contudo, um período tão religioso. Ainda influenciado pelas ideias iluministas, o século XIX, não tinha em Deus seu grande valor. Talvez por isso não se tenha o registro, nos livros de história da música, de tantas obras cristãs. Vemos, sim, relatos sobre as imensas produções nas óperas do alemão Richard Wagner e sobre as óperas do também alemão Richard Strauss, mas pouco se vê sobre a música na igreja. Contudo, não podemos jamais deixar de mencionar que a grande maioria das obras presentes nos hinários utilizados ainda hoje em muitas igrejas (Harpa Cristã, Cantor Cristão e H.C.C.) foram compostas durante os períodos Clássico e Romântico. Se observarmos as datas de composição desses hinos, veremos que, apesar de todo o espírito de abandono ao Senhor presente no mundo que os cercava, homens de Deus escreveram, a seu tempo, obras que marcaram definitivamente a história da música na igreja. Glória a Deus por suas vidas.


A Música na Igreja do Século XX


O século XX foi um momento de diversas transformações em todas as áreas, de modo que os fatores tecnológicos e sociais, por exemplo, foram de extrema importância na evolução da cultura musical (GROUT; PALISCA, 1994, p. 697). A grande verdade é que o início do século passado foi um momento de diversas experiências musicais, o que influenciou por demais os rumos que a música do período iria tomar. 

Foi no século XX que tendências como o Impressionismo, o Expressionismo, a Politonalidade, a Atonalidade, o Serialismo, dentre outras, passaram a se colocar como forças opositoras às tendências românticas do século anterior (BENNET, 2007, p. 68). As influências jazzísticas também tiveram seu papel, uma vez que o jazz estava se iniciando juntamente com o século e os seus progenitores (o blues e o ragtime) já se faziam conhecidos nos grupos negros norte-americanos. O século XX viveu um grande “boom” de informações e isso resultou nas grandes mudanças ocorridas.

Foi também no século XX que as primeiras gravações começaram a acontecer. O gramofone, antecessor da vitrola e inventado no final do século XIX, passou a ser utilizado, de modo que aqueles que não podiam mais se fazer presentes nos grandes concertos, podiam ouvir uma orquestra inteira em suas próprias casas. O jeito de tocar alguns instrumentos mudou (como no caso do baixo acústico, usado no jazz), novos instrumentos foram surgindo (como a bateria) e o chamado estilo popular cresceu em divulgação, uma vez que a mídia passou a atuar em sua difusão. O rádio, por exemplo, lançou diversos cantores e cantoras, os quais obtiveram grande sucesso. Isso tudo representou uma tremenda mudança na história da música como um todo, o que inclui, é claro a música eclesiástica.

Ainda na primeira metade do século, o piano era largamente usado nas igrejas, assim como os corais e grupos vocais, de modo que aqueles hinários (Cantor Cristão e Harpa), traduzidos para o português eram parte integrante dos cultos. O cantor cristão, publicado pela primeira vez em 1891 e sucedido por diversas outras novas edições, foi o primeiro hinário oficial das igrejas batistas no Brasil. A Harpa Cristã, por sua vez, foi lançada em 1922, sendo o hinário oficial da Igreja Assembleia de Deus. O hinário Salmos e Hinos, oriunda da Igreja Evangélica Fluminense, havia sido lançado em 1861 e serviu de influência para ambos. Por isso, não podemos jamais deixar de citar a enorme contribuição de homens de Deus, tanto na tradução dos hinos estrangeiros, como na composição de outros, já compostos em português. Os que mais possuem letras ou traduções do cantor cristão, por exemplo, são: Salomão Luiz Gisburg, William Edwin Entzminger, Henry Maxwell Right, Manoel Avelino de Souza e Ricardo Pitrowsky. Estes homens serviram à sua geração de tal maneira que, ainda hoje, muitos desses hinos são ainda cantados e tocados ao redor do mundo, principalmente em igrejas mais tradicionais na sua forma de culto.

Contudo, ainda no século XX, nos anos 50, surge, na Alemanha, a chamada Música eletrônica (BENNET, 2007, p. 76). Microfones (já existiam e são ainda mais utilizados) e geradores eletrônicos de som passam a ser usados no fazer musical, o que transforma por demais a música praticada daí em diante. É a partir de então que novos instrumentos vão surgindo, bem como novas maneiras de tocar, cantar e compor. Surgem a guitarra elétrica, os órgãos eletrônicos, os sintetizadores e teclados de hoje, dentre vários outros recursos que possibilitaram diversas alterações nos sons. 

Entretanto, no meio eclesiástico, estas mudanças sofreram, a princípio, certa resistência. No Brasil, por exemplo, muitas igrejas rejeitaram o uso de instrumentos como a bateria e a guitarra elétrica, afirmando serem estes “instrumentos do diabo”. Isso porque os tais instrumentos eram largamente utilizados na música secular, o que gerou tal rejeição. Tais pessoas, porém, não atentavam para o fato de ter sido o piano, até poucas décadas antes, um instrumento usado em botecos, cabarés, dentre outros lugares que jamais seriam admirados pelos líderes de igreja. O piano se tornara extremamente popular, nos primeiros sambas e choros, e deixara de ser um instrumento apenas “erudito” e muito menos seria um instrumento “sacro”, sagrado. 

É nos anos 70, então, que surgem grupos como o Rebanhão, Vencedores por Cristo e Logos, pioneiros no uso de tais instrumentos na música eclesiástica e grandes influenciadores e estimuladores da busca pela qualificação técnica dos músicos das congregações espalhadas Brasil afora. Estes homens e mulheres, além de outros não mencionados, enfrentaram tamanha oposição por quererem utilizar guitarra elétrica, bateria e baixo elétrico e praticar a música de seu tempo, a música de sua época, dentro das igrejas. E, apesar de tal oposição, assim o fizeram, sendo os grandes responsáveis pelo tipo de música que hoje praticam as igrejas em sua maioria. Eles foram poderosos instrumentos de Deus na quebra de velhos paradigmas, dando-nos a possibilidade de, assim como eles, fazer a música de nosso tempo, não estando presos a tradicionalismos infundados e historicamente equivocados. Eles serviram a seu tempo e geração, deixando grandes lições para todos nós. É bem verdade que algumas denominações ainda resistem ao uso de tais instrumentos e a esse estilo de música “mundana” (assim denominada por eles), mas o quadro está bastante mudado, não é mesmo?

Nos anos 80, os produtores da chamada música “gospel” (termo este originalmente criado para se referir a um tipo específico de música cristã norte-americana, mas que tem sido utilizado para se referir à música cristã atual), começaram a investir em cantores e músicos, a princípio, evangélicos e, posteriormente, também católicos, contribuindo significativamente para o crescimento da indústria fonográfica do gênero. E, com o surgimento do neopentecostalismo, já nos anos 90, vão surgindo os primeiros sucessos internacionais na música gospel brasileira. O rock cristão vai ganhando espaço (Oficina G3, Catedral, Fruto Sagrado, dentre outros) e outros estilos vão também sendo apresentados ao público: o samba e o pagode, o forró, o hip hop e tantos outros, a princípio rejeitados, passam a ser parte integrante da chamada música gospel, o que mais uma vez influencia por demais a música praticada dentro das igrejas, já que seus membros, por admirarem estes artistas de renome, são por eles influenciados e tencionam praticar a música que eles praticam em suas próprias comunidades.

O século XXI, portanto, se inicia com uma música cristã completamente diferente daquela praticada na virada de século anterior. Muitos ministérios de louvor, no Brasil e no mundo, se tornam famosos até mesmo no meio secular e muitos cantores solo adquirem, talvez, ainda maior expressividade. Que rumo tomaremos nas próximas décadas? Na verdade, não temos como saber. É mais que comprovado, como pudemos ver, que as grandes transformações podem ocorrer em menos de um século de história, principalmente com a velocidade com que tudo têm acontecido em nossa sociedade. E é em meio a todos este ambiente de mídia (no bom e no mal sentido), negócios (no mal e no bom sentido), influências e tendências, assim como em qualquer outro período da história, que temos diante de nós o grande desafio de fazer música cristã da melhor maneira que pudermos, quer na mídia, quer fora dela, quer dentro da igreja, quer fora delas, quer com determinados instrumentos, quer sem eles, entendendo que, quer comamos, quer bebamos, quer toquemos ou cantemos (parte acrescida por mim), devemos fazer tudo para a glória de Deus (1 Coríntios 10:31)! Que Ele nos ajude nesse desafio!


Em Cristo,
M. Vinicius (Montanha)


REFERÊNCIAS


BENNET, Roy. Uma breve história da música. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2007.

CAIRNS, Earle E. O cristianismo através dos séculos: uma história da Igreja Cristã. São Paulo: Vida Nova, 1995.

GROUT, Donald J.; PALISCA, Claude V. História da Música Ocidental. Lisboa: Gradiva, 1994.

Comentários

  1. Muito bom! Gostaria de usar esse tão rico material na minha igreja.
    Abraços.

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    1. Opa!! Pode usar quando, onde e como quiser! Será um prazer!! Tá td aí à disposição!! hehe Abraço e fica na paz!!

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  2. Gostei muito desses tópicos, vou usá - lo para dar um pequeno estudo na minha igreja!!!

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  3. No meu entendimento e gosto e na qualidade de músico cristão tradicionalista e conservador que sou, acho que devemos utilizar todos os recursos instrumentais no louvor. Mas infelizmente a geração dos anos 80 para cá, incluindo alguns líderes de igrejas, modernizaram demais os estilos rítmicos e até as letras das músicas, imitando os megas shows seculares que se ouve e se vê mundo afora. As igrejas deixaram os seus hinários oficiais para trás, dando preferência aos louvores modernos, começando os cultos com praticamente uma hora de muito barulho ultrapassando os decibéis permitidos dentro dos templos. Nos louvores, pode e deve ,sim usar os recursos instrumentais modernos, mas e os limites da euforia? trocamos a unção do Espírito Santo por guitarras e baterias eletrizantes, trazendo as emoções da carne, principalmente quando se tem um "ídolo" gospel se apresentando. Cuidado igreja, devamos nos policiar mais e pesquisar biblicamente e em oração, se o que praticamos dentro das igrejas ou fora, está agradando ao Senhor. Esse é o meu ponto de vista com relação à música nas igrejas...

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    1. Glórias a DEUS que existem pessoas interessadas no Louvor da Igreja. Meu entendimento é simples e sempre me pergunto: "O tipo de música que canto e ouço mexe com minha carne ou fala em meu espírito?" "Andeis em espírito e não cumprireis a vontade da carne". Gálatas 5.16

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  4. A paz, irmão. Há uma história que sempre ouço, que diz que hinários, como o Cantor Cristão, possuem melodias outrora reproduzidas em bares e cabarés. Isto é verdade? Existe alguma evidência documental deste fato?(caso seja verdade). Obrigado, excelente artigo!

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  5. Concordo plenamente com Dalbem. Equilíbrio é o que Deus quer. Fanatismo e perversão parecem extremos para nós mas espiritualmente falando são os caminhos que conduzem a perdição. Satanás trabalha para que o cristão viva desequilibrado em todos os sentidos para desonra do nosso Deus.

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  6. Demais este artigo. Viajou na história de forma resumida, mas destacando pontos fundamentais. Excelente

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  7. Excelente artigo. Definiu muito bem as mudanças ocorridas durante a história. Estava procurando por algum estudo desse tipo e o seu está fantástico. Parabéns!! Que Deus te abençoe!!

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  8. Estava procurando algo assim pra usar no meu tcc..posso? desde já muito obrigada...esse resumo chegou na hora certa. Deus seja louvado...Deus te abençoe grandemente.

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  9. Bom dia. vou usar como referencia p meu tcc. qual foi a data de publicação desse texto?

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  10. Muito bom o texto. Bastante informação de forma clara e acessível.

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  11. Um texto muito bem explicado irmão. Quando adoramos O Espírito no espírito e em verdade não há temor em dedicar o som que fazemos a Ele. Pois os frutos de tais ações de graças são manisfesto até os dias de hoje. Quando gera arrependimento quebrantamento e renovação da aliança com Cristo e com a verdade de suas palavras escrita e revelada a nós pelo seu Espírito Santo são bem vindos todas a formas de manifestar segundo a capacidade do dom que o senhor tem concedido a cada um. Acredito que falta autenticidade e expressividade verdadeira e original. Uma solução que buscamos atender em nossa igreja hoje é, saber ouvir a voz de Deus e segui-la, antes durante e após a canção como se carregasse brasas de fogo para não se perder em si mesmo e atrapalhar a atmosfera da adoração o ambiente de culto e a aproximação do adorador com o Senhor.

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