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A ADORAÇÃO NÃO É PRA MIM



Somos privilegiados em poder adorar ao Senhor. Não há no mundo inteiro tarefa mais importante do que adorar e exaltar ao Rei dos reis e Senhor dos senhores. Ele, que nos amou, nos ama e sempre nos amará nos criou para adorá-Lo e esta deve ser nossa principal razão de viver.

Como dito no último post em que tratamos da temática da adoração, esta "ação de adorar" não está limitada a uma determinada coisa apenas. É preciso adorar ao Senhor em tudo e com tudo (1 Coríntios 10:31). Em nosso caso, temos nos proposto a adorar com música, mas, pra que isso seja realizado de modo coerente com o que ensina a Escritura, precisamos estar atentos a algumas questões importantes. E, neste post, gostaria de atentar para uma frase que é muito proferida, até como clichê ou chavão gospel:

"A adoração não é para nós mesmos."

De fato esta frase é muuuuito repetida. Eu mesmo já a ouvi (ou li) diversas vezes e em diferentes contextos eclesiásticos. E, por que tratar dela, então? Bom, por mais batido que pareça, quando adoramos (seja ou não com música) não devemos estar buscando fazer algo para nosso benefício. Parece óbvio, mas, talvez, apenas no discurso, pois, em diversas ocasiões, algo diferente acontece. 

Falando especificamente da adoração com música, por exemplo, quantas vezes não deixamos de escolher determinada canção simplesmente por não nos agradarmos do estilo em questão? Não se leva em conta o fato de a letra ter relação com o que será tratado e/ou o fato de que a letra, de fato, glorifica e adora ao Senhor. Além disso, em muitas outras ocasiões, ignora-se, na letra, uma série de erros cometidos contra a Palavra de Deus, simplesmente por se gostar do estilo ou da "levada" da música. 

Estes são apenas alguns exemplos de muitas coisas que são feitas nas igrejas por aqueles que se propõe a atuar como adoradores por meio da música. Às vezes, tenho a sensação de que, se fosse preciso que estes "adoradores" precisassem viver num mundo em que não existe música, jamais conseguiriam adorar novamente. Por experiência própria, sei o quão difícil seria viver num mundo sem música e, graças a Deus, este meu exemplo não passa de um mero absurdo, já que a música continuará a existir, até onde imagino que sei. hehe No entanto, gostaria de tomar tal situação como exemplo por entender que muitos têm feito da música o seu objeto de adoração, e não um meio, dentre vários outros, pelo qual se pode adorar a Deus.

Ao refletir sobre isso, inevitavelmente me recordei de um texto que se encontra no livro do profeta Oseias, capítulo 8 e versículo 13, na primeira parte. O texto diz assim:



"Amam o sacrifício; por isso, sacrificam, pois gostam de carne e a comem, mas o SENHOR não os aceita (...)." (Oseias 8:13a)


No contexto em que Oseias escreveu o livro, Israel vivia um claro momento de rebeldia contra o Senhor. Tanto que, no versículo anterior, o próprio Deus diz: "Embora eu lhe escreva a minha lei em dez mil preceitos, estes seriam tidos como coisa estranha". Várias atitudes erradas do povo são citadas ao longo de todo o livro, de modo que Deus não estava se agradando de seu proceder e comissiona Oseias a proferir Suas palavras. E, no trecho citado, Deus é bastante duro em Suas palavras ao afirmar que o povo sacrificava simplesmente por gostar de carne. Vale salientar que aqueles que realizavam o sacrifício ao Senhor, tinham direto de comer a carne do animal sacrificado (1 Co 9:13; Levítico 7:11-21), desde que estivessem com o coração puro e apresentassem uma oferta pura ao Senhor. Neste momento da história de Israel, porém, a motivação do sacrifício não era mais agradar ao Senhor, mas satisfazer-se com a carne dos sacrifícios. E em que isso se relaciona a nós, hoje?

Infelizmente, é preciso dizer que muitos têm "adorado" simplesmente porque gostam de música. Os nossos "sacrifícios de louvor", conforme apresenta Paulo, em Romanos 12:1, o nosso culto racional (a palavra grega traduzida por "culto" também pode ser traduzida como "adoração") tem sido realizado, em diversas ocasiões, apenas porque os que tocam e/ou cantam amam o que fazem. 

Meu objetivo, contudo, não é dizer que não devemos amar o que fazemos. Não! Muuuito pelo contrário. Devemos, sim, querer e amar adorar ao Senhor com música. Acredito que nasci pra isso e, caso você acredite nisso também, faça-o e "com foooorça". hehe Mas o nosso amor à música não deve ser o principal, e sim o nosso amor ao Senhor. Nossa motivação em adorar com música deve ser agradar ao Senhor, e não satisfazer a nossos próprios interesses e prazeres e vontades. O Senhor não se agrada disso, e sim de um coração verdadeiramente quebrantado e contrito (Salmo 51:17).

A verdade é que, quando entendemos que o ato de adorar não é voltado para o nosso próprio ego, muita coisa muda em nossas concepções, pontos de vista e, principalmente, ações. Qualquer ação ministerial deve ser feita com isso em mente, já que os ministérios existem para adorar ao Senhor e não deve ser diferente com aqueles que se propõem a adorar por meio da música. Quando verdadeiramente entendermos isso, não perderemos mais tanto tempo assim com discussões por causa de estilos ou gostos musicais e muito menos nos preocuparemos com tocar tal música por ter aquele solo em que aparecemos e coisa e tal. 

Deixo claro, porém, que não estou dizendo que os estilos não têm sua relevância (sobre isso falarei numa outra oportunidade), mas eles não são o foco! E o que mais vejo são queixas dos músicos de igreja por ter que tocar alguma música que não é de seu estilo preferido. É só lembrar do que falamos até agora e dedicar um pouco mais de atenção à letra. Faça dela sua oração de adoração ao Senhor. Se fizer isso, verá que todo o resto é secundário. Eu mesmo tenho minhas preferências e gostos pessoais, mas os considero secundários. Não devo "adorar" só porque gosto daquela carne específica, me permitam esta figura. Precisamos entender que o que fazemos em nossas igrejas (ou fora delas), a música que praticamos é para agradar ao Senhor.

Vamos tentar viver isso, de modo que aquilo que oferecemos como sacrifício ao Senhor possa agradá-Lo. Que Ele não diga de nós o que disse daquele povo. Que não sejamos conhecidos como músicos que apenas "adoram" por gostar de música, mas que sejamos verdadeiros adoradores do Senhor, que buscam agradá-Lo em TUDO, o que inclui a música que lhe oferecemos. A adoração não é pro nosso próprio gosto, amém? A Ele, portanto, a glória! Que Ele tenha misericórdia de nós e nos conduza como Lhe agrada!

Grande abraço a todos e que Deus os ilumine!

Em Cristo,
M. Vinicius (Montanha)

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