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DICAS PARA A COMPOSIÇÃO DE UM REPERTÓRIO


Após escrever num outro post sobre a importância de se ter um repertório (Repertório: necessidade ou luxo?), não poderia jamais deixar de tratar sobre como criar esse repertório. Todavia, como sempre digo, cada igreja, banda e/ou ministério tem sua própria dinâmica funcional, algo que não devemos ignorar. Por isso, gostaria de registrar aqui dicas que são gerais, podendo muito bem ser adequadas a cada realidade específica. 

Como, então, podemos formar um repertório? Que passos devemos seguir para construir esse conjunto de músicas prontas para uso imediato? O que não podemos esquecer de fazer na composição de um repertório? Vamos tentar responder a estas perguntas.


PRESTE ATENÇÃO ÀS LETRAS DAS MÚSICAS DO REPERTÓRIO

Debates à parte, não há como negar que, quando falamos em música (não instrumental) cristã, a letra é aquilo que há de mais importante. É por meio da letra que adoramos ao Senhor em oração cantada e é também por meio dela que dizemos algo para a edificação da igreja. Por isso, é indispensável que se utilize boas letras. Infelizmente, porém, não é sempre que as letras são consideradas importantes. Muitas músicas são escolhidas pra fazer parte de um repertório apenas por questões de opinião e gosto quanto a estilos e ritmos, mas não acho que deve ser assim. Quando determinado cantor ou banda de renome lança um novo disco, todos se dedicam a cantar e tocar suas músicas, já que gostam do estilo. E, muitas vezes, o fazem sem nenhum critério de avaliação. Um exercício que tenho feito (e recomendo) sempre que adquiro um novo CD é ler as letras no encarte, ou seja onde for, antes de sequer ouvir o início da introdução da primeira música do disco. hehe Isso me ajuda a, logo de cara, rejeitar letras das quais não goste ou com as quais não concorde teologicamente. Quando ouvimos algo, temos naturalmente a tendência de criar vínculos melódicos com aquilo ali, de modo que, inevitavelmente, chegaremos a comentários do tipo: "Essa música é massa! Só tem um probleminha na letra". Ou do tipo: "Essa letra tem uns errinhos, mas o arranjo é pau!". Se observarmos bem esse tipo de fala, veremos a clara ênfase dada a melodias e arranjos em detrimento da letra e esta é uma grande tendência em nosso meio. Mas é preciso cuidado! Fazer esse exercício tem me ajudado bastante e eu recomendo. Façam o teste. hehe


EQUILIBRE AS DIFERENTES TEMÁTICAS DE LETRAS DE MÚSICA NO REPERTÓRIO

Ainda dentro do quesito letra, penso ser de extrema importância a atenção às temáticas cantadas. Costumo classificar nossas músicas nas seguintes categorias: canções de celebração; canções didáticas; canções evangelísticas; canções de provisão; canções de arrependimento; canções de exaltação e canções do santo dos santos (sobre estas classificações falarei mais detalhadamente num outro post). Bem que poderíamos encontrar outros tipos mais. Mas o que importa é que não se privilegie apenas uma temática abordada.

Acredito que o equilíbrio entre estas categorias fará com que o repertório atenda às mais diferentes necessidades da prática musical eclesiástica. Por isso, não é legal que se cante apenas canções de arrependimento, por exemplo. Também não acho bacana que se cantem apenas aquelas músicas que falam de provações e lutas, dentre outros exemplos que ainda poderíamos citar. É claro que há exceções, mas, de modo geral, acho que se deve balancear os temas abordados nas letras das músicas, a não ser que se trate de uma determinada banda que tem uma proposta específica, como as bandas evangelísticas, por exemplo.


SELECIONE UM BOM NÚMERO DE MÚSICAS PARA COMPOR O REPERTÓRIO

Outra questão de grande importância diz respeito ao número de músicas que fazem parte de um repertório. É evidente que há casos e casos e cada um deve procurar se adequar à sua própria realidade. Mas, de modo geral, acredito que um número 8 vezes maior ao número de músicas tocadas por apresentação (momento de louvor, ministração ou como queiram chamar) seja apropriado. Agora, gente, isto não é algo absoluto; é só um número aproximado que estipulei. Vou explicar melhor. 

Se, na sua igreja, o chamado momento de louvor possui 5 músicas por culto, o repertório deve ter, em média, 40 músicas. Se, porém, a rotina da sua igreja é de 3 músicas por momento de louvor, pelo mesmo cálculo, 24 músicas seria um número bacana. E assim por diante. Fiz esse cálculo pensando no seguinte: pra um grupo que toca todo domingo, é importante que o número de músicas seja suficiente pra um período de 2 meses. É claro e evidente que ninguém toca músicas completamente diferentes durante 8 domingos. Inevitavelmente, músicas são repetidas, mas é sempre "melhor sobrar do que faltar", né? rs E, tendo esse número de músicas, caso algum imprevisto (por maior que seja) aconteça, o grupo terá músicas prontas pra serem usadas durante um período de 2 meses. E, com um tempo desses, dá pra resolver qualquer imprevisto, né? rsrs Sendo assim, reitero que multiplicar o número de músicas por culto por 8 dá um bom número de músicas pra um repertório. Mas vamos lembrar que isso é apenas uma maneira geral de se lidar com a questão. Cada um deve escolher o que melhor se encaixar em sua realidade.


SEMPRE ACRESCENTE MÚSICAS NOVAS AO REPERTÓRIO

Não dá pra cantar a mesma coisa o tempo todo, né? rsrsrs Por isso, temos que, constantemente, ensaiar e tocar novas músicas. Todavia, é preciso sensibilidade quanto ao número de músicas novas por culto. Se todas as músicas cantadas num culto forem novas, fica difícil do povo participar, não é mesmo? Pra quem toca todo domingo, penso que uma ou duas músicas novas por mês já tá de bom tamanho, porque dá tempo de todo mundo ensaiar as músicas com calma e há tempo suficiente pra que a igreja aprenda tais músicas e as cante, juntamente com o grupo. E mais uma vez eu digo: não considerem os números como algo absoluto, tá? São apenas uma sugestão. Se o ritmo da sua comunidade é diferente, que assim seja! hehe


ESTEJA ATENTO AO PÚBLICO-ALVO

A não ser que se trate de uma banda com uma proposta específica (banda de rock, de reggae, de forró, etc.), acredito que, quando se trata de um grupo que ministra na igreja, a diversidade musical seja algo muito importante. Isso porque há diferentes tipos de pessoas e diferentes gostos e opiniões. Sei que é impossível agradar totalmente a "gregos e troianos", mas é necessário fazer o máximo possível. Precisamos nos lembrar de que Deus não se preocupa com estilos. Deus não tem preferências musicais, gente. Foi Ele quem criou todos os estilos musicais. O diabo apenas tem tentado usá-los de modo desvirtuado, mas, assim como todas as artes, os diferentes estilos devem ser usados para glorificar ao Senhor. E, na verdade, os seres humanos é que têm preferências de estilo e, por isso, é preciso estar atento às pessoas a quem ministramos. É claro que sempre se faz aquela costumeira afirmação de que "Deus é o nosso público-alvo". Eu sei disso, gente. Mas não podemos ignorar que estamos ministrando a pessoas. 

A adoração é, obviamente, direcionada ao Senhor primeiramente, mas estamos também abençoando pessoas e, como estamos dizendo até este momento, Deus não tem preferência de estilos, nós é que temos. Vocês entendem o que quero dizer, né? hehe Sei, porém, que é difícil achar um estilo que predomine no gosto da igreja em questão, mas com o tempo, pode-se perceber o gosto predominante dessa igreja. Isso facilitará bastante o trabalho de composição de um repertório. 

Há igrejas que são mais tradicionais e gostam de um estilo de música mais tranquilo, apenas com piano e coro, por exemplo. Outras, por possuírem uma membresia formada, em sua maioria, por jovens, preferem o rock ou o reggae. Outras mais são um tanto "pop" e esse estilo é o que mais agrada a maioria das pessoas. Há ainda outras que preferem ritmos regionais. E, finalmente, há outras que, mesmo possuindo pessoas de mais idade na membresia, optam por uma abordagem mais contemporânea. Enfim, a realidade de cada igreja pode ser descoberta com o tempo e deve, sim, ser priorizada. 



Basicamente, acredito que estas dicas podem ajudar um bocado na hora de se fazer um repertório. Entretanto, tenho certeza de que há outras questões não abordadas e que podem igualmente contribuir na realização dessa tarefa. Sei que, possivelmente, me esqueci de falar sobre outras coisas, mas, quando eu lembrar, escrevo outro post. hehe E, quanto ao que foi escrito, recomendo que façam aquilo que Paulo recomenda: "julgai todas as coisas, retende o que é bom". Nada do que foi dito aqui é absoluto e, caso queiram discordar, discordem. Se quiserem acrescentar acrescentem. Se quiserem fazer exatamente o que está aqui registrado, façam, mas, acima de tudo, procurem fazer o melhor pra glória de Deus. Amém? Que os abençoe! Abraços a todos!

Em Cristo,
M. Vinicius (Montanha)

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