Imagem extraída da Fan Page da Conferência Nuvem: https://www.facebook.com/conferencianuvem |
Neste fim de semana (4 e 5/10), tive a oportunidade de estar na cidade de João Pessoa, em especial, na igreja Cidade Viva, participando de um evento muito especial, chamado Conferência Nuvem. Organizada pelos jovens da Igreja local, o evento traz uma proposta trifacetária de discernir, edificar e agir, procurando "não apenas estimular o pensamento crítico e capacidade de analisar o ambiente, como também desafiar a internalização de uma verdade e amor transformadores que culminam com a transmissão dos mesmos adiante" (texto extraído do site da conferência: www.conferencianuvem.com).
Durante todo o sábado (5/10), além dos momentos de adoração por meio da música e de apresentações artísticas, ao qual chamaram de "Momento Nuvem", o evento contou com vários períodos de 45 ou 20 minutos, chamados "Inspire-se". Neles, os palestrantes se dirigiam aos congressistas, cada um falando sobre o tema proposto (pela manhã: Discernimento; pela tarde: Ação) através da ótica de sua realidade de atuação. E foi num desses momentos, à tarde, que tive a oportunidade de ser grandemente ministrado por um irmão bem bacana, chamado, Marcos Almeida. Marcos Almeida é compositor, músico, professor e membro da banda brasileira de rock Palavrantiga. e no "Inspire-se", ficou com a responsabilidade de tratar sobre o tema "Discernimento e Cultura", o que tem total relação com o que este blog se propõe a discutir.
Imagem extraída da Fan Page da Conferência Nuvem: https://www.facebook.com/conferencianuvem |
Em sua fala, Marcos Almeida nos apresentou a ideia de intromissão, no sentido de que temos uma missão e estamos dentro da cultura. "A intromissão cura nossa criatividade e nos liberta (...)", afirmou o palestrante. Para ele, esta intromissão tem seus efeitos e ações. Por exemplo, ao entendermos que vivemos no Brasil, perceberemos uma série de aspectos que dizem respeito à nossa cultura, e que antes não percebíamos. Além disso, a dicotomia religioso e secular é superada, já que aquilo que, muitas vezes, chamamos de "santo" é, na verdade, profano e o que chamamos "profano", muitas vezes, tem mais caráter de santo que o dito "santo". E, por isso, ele afirmou que "o único sujeito que não precisa se preocupar em fazer uma cultura cristã é o cristão."
O vocalista e guitarrista do Palavrantiga foi ainda mais além. Ele disse que é preciso "superar a insegurança de colonizado" e "tomar o lugar de protagonista", tendo "disposição para desorganizar ideias já prontas", pois "não se trata de imitar compositores estrangeiros ou seculares: isso é coisa da cultura gospel. Se trata de aproveitar materiais que estão aí e ajuntar com os nossos."
Sabendo que isso é apenas uma pequena amostra das várias questões abordadas pelo Marcos dá pra se imaginar como foi o momento da chamada "Mesa Redonda", após a fala dele e dos demais palestrantes do período da manhã. Perguntas feitas e perguntas respondidas e muito mais outros questionamentos que não puderam ser contemplados por causa do tempo. Eu mesmo enviei algumas perguntas que não foram respondidas, principalmente no que diz respeito aos assuntos de que tratamos aqui no blog. E, por isso, na mesma hora, acabei tendo a ideia de tentar entrevistá-lo.
Concluído o momento da mesa redonda, já com as perguntas escritas em meu Ipad, fui ao seu encontro solicitar a entrevista, mas "sem querer incomodar", é claro. hehe Ele me atendeu prontamente, mas, como não tínhamos tempo (já tava na hora de ir pro almoço), ele me disse que não sabia quando seria a passagem de som da banda e que período livre teria. E aquele não era um bom momento. Eu mesmo sabia disso. Eu lhe disse, então, que eu mesmo daria um jeito pra achar um momento mais apropriado. rsrs E ele, novamente, concordou sem nenhuma dificuldade, demonstrando facilidade de acesso, o que nem sempre é tão simples quando falamos de artistas "gospel", né? Maaas, como Palavrantiga não é uma banda "gospel" (ele também falou sobre isso na Mesa Redonda), ficou mais fácil. rsrs
Entretanto, tentei a todo custo achar um horário em que pudéssemos conversar com um pouco mais de calma, mas, por causa da intensa programação da conferência, isto não foi possível. Mesmo assim, após o show, ele e os demais integrantes da banda dispunham de alguns poucos minutos para receber algumas pessoas e foi aí que consegui. Como já havia combinado com ele, fui logo o primeiro da fila, sendo, porém, advertido pela equipe de apoio que teria pouco tempo. E, por isso, tive que "me virar nos 30". haha Foi apenas uma pequena e curta entrevista, mas já valeu a pena.
Eu e Palavrantiga após a entrevista |
Ao adentrar o camarim, fui muito bem recebido pelos músicos, apesar da enorme pressa de seu assessor (coitado, fazia apenas seu trabalho hehe). Logo me apresentei, afirmando ser músico e, naturalmente, o papo com os demais integrantes da banda ficou mais fácil. hehe Elogiei seu trabalho e, como já havia tido contato com o Marcos, bastou me apresentar ao restante da galera, todos muito simpáticos, por sinal. Outros entraram e rapidamente foram tirar fotos e eu aproveitei o tempo pra me sentar ao lado de onde estavam e ligar o gravador (ganhei um tempinho aí, né? rsrsrs). Pressa vai , pressa vem, os garotos sairam e, quando me levantei, o Marcos se aproximou de mim e gentilmente pediu ao assessor que fechasse a porta. Este novamente e pressionou e eu "aperreado" com o tempo, gravador ligado, logo comecei a entrevista.
Mesmo não tendo sido este o foco principal de sua fala, durante a tarde, pensando no nome deste blog, fiz, rapidamente, a primeira pergunta e ele, também rapidamente, a respondeu e assim continuou esta curta entrevista:
Eu: Como você definiria adoração?
Marcos: Ah! Assim..., é a razão de ser de todo ser humano. É tudo o que se faz.
Eu: Agora, pensando na sua fala da tarde, você afirmou preferir a nomenclatura "música sacra" ao invés de "música gospel", por que você tem essa preferência e qual seria a diferença entre as duas?
Marcos: Olha, eu prefiro "música sacra", porque ela lida com o sagrado, com tudo isso. Agora, quando se fala em "música gospel" se fala dessa música que tá por aí, se fala de algo mercadológico, rotulado.
Eu: Hum.. sei. E, quanto ao que você disse, eu até anotei... hum, você afirmou que há uma grande diferença entre o culto e o show e que isso deve ser bem percebido pelo público e apresentou a chamada "música gospel" como "uma resposta à necessidade de palco dos cristãos" (palavras dele próprio).
Marcos: Hum (assentindo com a cabeça).
Eu: Pensando nisso, você acredita, então, que se pode cultuar num show?
Marcos: Sim, claro. Se pode cultuar em tudo. Se deve cultuar. Como sendo a razão de existência do ser humano, se deve cultuar em tudo. Agora, o show, terá algumas especificidades...
Eu: E que especificidades seriam estas?
Marcos: Hum...
Eu: Que diferenças básicas você poderia listar entre o culto e um show? (Eu tava tão estressado com o tempo que quase não lhe dei tempo pra pensar, mas ele não precisou de muito mesmo!)
Marcos: Ah! O culto: quando se tem um lugar específico, um momento específico, um povo reunido... mas, quando essa igreja resolve sair dessas quatro paredes e se transportar pra fora, e aí se precisa viver e trabalhar e viver disso, então, ela precisa entender que vai atingir um mercado, ela precisa pensar no mercado e vai estar também adorando por meio desse trabalho.
Eu: Numa outra plataforma? (Perguntei meio que retoricamente.)
Marcos: Sim.
Eu: (Muito mais apressado e lembrando do último post que havia lançado aqui, "Adoração Estilosa" hehe): Agora, você disse que... assim... você afirma que vocês classificam música musicalmente (rock, samba, funk, etc.) e que não se preocupam com os rótulos de banda cristã (são uma banda de rock brasileiro) e, então, na sua opinião, que estilos musicais devem habitar o ambiente de uma igreja?
Marcos: Todos os estilos. Depende dos gostos. Vai depender da cultura de cada igreja e de cada comunidade. Depende da cultura de cada um.
Dito isto, o assessor lhe olha e eu, já muito feliz com a oportunidade, mas, bastante preocupado em estar atrasando a banda (desculpa, mas, definitivamente, não sou jornalista e não tenho "cara de pau" pra ficar "pentelhando" alguém além da conta rsrsrsrsrs), agradeci ao Marcos e aos outros três, encerrando a entrevista. Sendo, então, novamente lembrado do tempo pelo assessor, me juntei aos músicos pra tirar essa foto aqui postada, sendo estimulado pelas palavras do Marcos: "Deixa só a gente tirar foto aqui com o Montanha! Deixa tirar foto com o Montanha!". Satisfeito e com um desejo de missão cumprida, desejei boa viagem a todos, disse "Deus abençoe" e sai correndo da sala. rsrsrs
Fiquei realmente impactado pela qualidade musical daquela galera e sai bastante inspirado (teólogos, não se assustem; não falo do conceito teológico rsrs) por tudo aquilo que foi dito pelo meu "xará" (só muda uma letra no nome hehe). Definitivamente, quem não esteve na Conferência Nuvem, perdeu uma grande oportunidade de ser muito abençoado e ensinado por Deus, através de tudo o que aconteceu ali e, em especial, através do testemunho do irmão Marcos. Que Deus possa levantar mais pessoas como ele, músicos, advogados, médicos, enfim, servos de Deus e ministros do Evangelho integral, dispostos a viver algo além de rótulos e preconceitos religiosos.
A todos um grande abraço e que Deus os abençoe! Simbora! Adore com música!!
Em Cristo,
M. Vinicius (Montanha)
show de bola Montanha, o cara é demais!!!
ResponderExcluirPois é! Precisamos de mais cristãos "cabeça bem feita" como esse aí, né, grande Sávio? Abração!
ExcluirNossa..Muito bom!! Sou muuuuito edificada com as músicas dessa banda. Glória a Deus pela vida deles!!!
ResponderExcluirVerdade, minha querida! Eles são bênção de Deus. Só faltou vc e seu esposo por lá! hehe Bjão!
ExcluirMontanha... parabéns! Eu confesso que tenho visto em seu blog, quando posso, coisas interessantíssimas. Acho fantástica a idéia de compartilhar o que tens pensado e também vivenciado com as pessoas que por aqui se encontram. Gosto muito do Palavrantiga e do Marquinhos com seus comentários e visão da vida, cultura, Arte, Música e cristianismo. Sempre muito lúcido e coerente com a realidade em suas opiniões. O som do grupo despensa comentários... é claro! Um rock com muita qualidade não somente no caráter estrutural da música (solos, acordes, ritmo, e etc.), mas principalmente com letras que nos fazem refletir sobre o que temos visto atualmente em conteúdos de canções seculares e do conhecido "gospel". Como precisamos melhorar nossas produções para servir melhor a Deus, né? Saudades de João Alexandre, Jorge Camargo e músicas que refletem não somente o louvor a Deus, mas dignificam a Arte e o ato criacional da composição. Estive com o Marcos aqui em Natal, no congresso de Artes e Fé Cristã, que aconteceu na Igreja do Nazareno. O meu prazer pela proximidade foi ajudar na construção de alguns coisas para o palco deles. Que banda formidável, amável e de ótimo caráter cristão. Quando crescer, quero ser que nem eles. Ótima matéria brother! Um grande abraço e que Deus te inspire para cada vez mais continuar nos abençoando, ok? É isso aí!
ResponderExcluirGraaande Marcius!! Obrigado pela presença por aqui! Será sempre bem-vindo! E é um prazer pra mim poder compartilhar o que experimento. hehe Quanto à banda, concordo com vc: os caras são muuito bons mesmo!! Vamos tentar formar uma nova geração de músicos cristãos que pensem um pouquinho melhor a respeito de tudo, né? Abração!
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