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VOCAL E INSTRUMENTAL: ENSAIAR JUNTO OU SEPARADO?


Num outro post pude falar o que penso sobre a importância dos ensaios como um todo e não é meu objetivo repetir redundantemente o que já foi dito. Contudo, há uma questão não abordada no outro post no que diz respeito à organização dos ensaios: vocal e instrumental devem ensaiar juntos ou separados? É sobre isso que falarei.

Primeiramente, faço questão de deixar claro que me referirei aos casos em que temos mais de um cantor no grupo em questão e, por isso, utilizarei o termo "vocal", e não "voz principal" ou "cantor(a)". É extremamente comum no meio eclesiástico a presença de grupos de louvor com mais de um cantor apenas; grupos com poucos, alguns ou vários cantores têm sido a realidade de muitas igrejas em nosso país, não é verdade? Até porque, em muitos casos, há certa preocupação quanto ao apoio mútuo entre tais cantores durante os chamados "momentos de louvor". Já ouvi muito frases do tipo "cantem comigo pra eu não ficar sozinho" e outras mais. hehe Além disso, é comum o dar oportunidade a outros que também desejam exercer esta prática na igreja, não é mesmo?

Mas a grande questão em que iremos nos focar é sobre como estes cantores devem estar relacionados com o ensaio. Em minha opinião, acredito ser de extrema importância a separação do grupo em dois ensaios: instrumental e vocal. Sim. Acredito ser extremamente vantajoso fazer um ensaio apenas com o instrumental e outro só com o vocal. Vou explicar o porquê.

Algo muito comum nas igrejas é aquele momento do ensaio em que os instrumentistas estão passando um trecho mais complicado de determinada música e os cantores ficam ali, parados, sem ter o que fazer, já que aquela passagem está sendo repetida vez após outra. Geralmente, o que acaba acontecendo, com raríssimas exceções, é que os cantores se cansam de esperar e acabam conversando entre si e, em poucos minutos, temos um barulho danado no ensaio e a coisa desanda. Por outro lado, quando se trabalha com divisão de vozes e há uma nova música, por exemplo, o vocal ficará passando e repassando aquelas vozes durante certo tempo e, em poucos minutos, o que eu chamo de "coceira nos dedos" (rsrs) dos instrumentistas começará a se manifestar e o barulho vai reinar. hehe Quem trabalha com um ensaio único, em tais situações costuma mandar um ou outro grupo beber uma água ou coisa do tipo, enquanto que o outro trabalha na parte necessária. Isto é uma forma de trabalhar, mas, em minha opinião, só reforça a necessidade de separação entre ambos, vocal e instrumental.

Consideremos um outro exemplo agora. Imagine que o instrumental está rearranjando completamente determinada música, ou seja, criando um arranjo completamente diferente do original. Tal atividade demanda tempo, bastante tempo, principalmente se todo o arranjo for construído durante o ensaio. Agora, imagine o que o vocal ficará fazendo enquanto se monta o arranjo de base, o arranjo instrumental da música! Eles podem contribuir? Com certeza, mas, geralmente (pelo menos é o que pude experimentar ao longo dos anos em que trabalho com música na igreja), os cantores ficam entediados e começam a conversar entre si.

Alguém pode até perguntar o que fazer nos casos em que não se trabalha com divisão de vozes. Mas eu vou responder do mesmo jeito. Prefiro dividir o ensaio mesmo assim. Até porque o fato de não se dividir em vozes não é desculpa pra se ter um vocal desorganizado. Não é meu objetivo aqui entrar em detalhes quanto a maneiras de se ensaiar e preparar o vocal de um grupo (sobre isso, falarei num outro post, prometo), mas, mesmo sem "saber fazer" divisão de vozes, por que não dividir, por exemplo, em solistas e coro ou, de repente, fazer duetos, trios ou outros agrupamentos do tipo. Enfim, isso também demandará tempo e, em minha opinião, é possível se ter este tempo melhor utilizado se os ensaios forem separados.

Alguém também pode perguntar se, por causa disso, o grupo nunca ensaiará com sua formação completa, mas não foi isso que eu disse. Na verdade, sou adepto de três ensaios semanais: um vocal, um instrumental e um geral. Dessa forma, cada um terá que ter disposição pra ensaiar duas vezes: uma com o "seu grupo" (vocal ou instrumental) e outro com o geral. Também pode ser decidido se o ensaio geral será semanal ou não. Enfim, vai dar trabalho? Sim, mas vale a pena! hehe

Contudo, se o grupo do qual você faz parte é composto por pessoas extremamente disciplinadas e que têm paciência suficiente pra esperar enquanto os outros ensaiam suas partes, talvez, você não considere tal separação algo tão necessário assim. Ou, de repente, se não há disponibilidade para se ter mais de um ensaio, o que se pode fazer é revezar o foco do ensaio. Tipo: já que há uma música nova a ser montada pelo instrumental, dispense-se o vocal, então. Ou, em caso contrário, se houver um dia em que o vocal tem mais necessidade de ensaio, que se dispense o instrumental. Enfim, o que quero dizer é que é, sim, necessário haver alguma separação, seja como for. É de muito mais proveito, no quesito tempo, não deixar ninguém esperando. Afinal de contas, todos têm outras atividades e, portanto, não acho interessante ver coisas como já vi, do tipo: deixar cantores esperando sentados durante 2 horas até que o instrumental fique pronto. Toooosco!! rsrs

Pensem nisso, então. E, após testar tudo isso, vocês poderão ver os benefícios, tenho certeza. E, como sempre digo, acho que vale a pena tentar, não é mesmo? O máximo que poderia acontecer era não dar certo, mas ainda assim haveria o lucro de uma experiência adquirida. rsrsrs Mas, gente, funciona. Experimentem! Testem! E me avisem se funcionou ou não! hehe Fiquem livres pra comentar ou entrar em contato. Aquele abraço!



Em Cristo,
M. Vinicius (Montanha)

Comentários

  1. participo de ensaio divididos entre vozes e instrumental, e infelismente vira uma bagunça na hora de juntar os dois grupos,acontece tons diferentes e até mesmo notas que não cabe na musica! minha opinião!! se é grupo temos que estar sempre juntos!! obrigado pelo direito de opinião!!

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