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PARA QUEM CANTAR NA IGREJA?




Continuando nossa jornada no desafio MÚSICO MELHOR ADORA MELHOR, tivemos ontem à noite a segunda aula. Nela, tratamos sobre quem é e deve ser o público-alvo da música que praticamos na igreja.

E, como alicerce de tudo o que tratamos, partimos do texto de Mateus 22.37-39, que diz:

“Ame o Senhor, seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todo o seu entendimento.” Este é o grande e primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: “Ame o seu próximo como você ama a si mesmo.” Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas.

Refletimos bastante sobre a importância da adoração vertical e da adoração horizontal.


1 - A importância da adoração vertical

Sem qualquer sombra de dúvida, é mais que claro que TUDO deve ser feito para a glória de Deus (cf. 1 Coríntios 10.31) e isso certamente inclui a música que praticamos. O fato é que TUDO o que fazemos deve, de algum modo, expressar nosso amor ao SENHOR. Isso é aquilo que chamamos de amor vertical… louvor vertical!

Precisamos, portanto, cantar músicas que APONTEM PARA O ALTO!!!! Canções como “Senhor e Rei” (Trazendo A Arca), “Ao que Está Assentado”, “Tu És Soberano” são impossíveis de não se cantar!!! E é essa a válida crítica que tanto se faz a canções como “Raridade” e outras de mesmo naipe, porque focam DEMAIS no homem… e pouco n’Aquele que deve ser nosso Objeto de amor maior!


2 - A importância da adoração horizontal

1 João 4.20-21 nos mostra CLARAMENTE que é impossível realmente amar a Deus e odiar seu irmão.

Se alguém disser: “Amo a Deus”, mas odiar o seu irmão, esse é mentiroso. Pois quem não ama o seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê. E o mandamento que dele temos é este: quem ama a Deus, que ame também o seu irmão.

Ou seja, praticar o amor vertical sem o horizontal é pura hipocrisia. E isso certamente se aplica também à música que praticamos na igreja.

Erguemos as mãos, cantamos efusiva e fervorosamente, fechamos os olhos, choramos e tudo mais, mas… se não realmente estivermos minimamente atentos uns aos outros, estamos sendo nada mais nada menos que hipócritas! A adoração vertical NÃO existe sem a horizontal. Então, SIM, também devemos cantar uns aos outros. 


3 - Como que a adoração vertical e horizontal podem afetar as práticas musicais na igreja

Nesse momento da aula, eu trouxe à tona alguns pontos e ações musicais principais nas quais essa compreensão vertical e horizontal da adoração congregacional pode e deve afetar positivamente.




Tratamos sobre o som. E não há mesmo como ignorar a importância de uma boa sonorização. Mas... Deus precisa de som alto? Não. Deus precisa de som baixo? Também não. Deus é surdo? Não. Deus fica triste se o som não estiver no volume X? Também não. Ou seja: verticalmente falando é preciso entender que o som per si tem ZERO relevância direta para Deus!




Mas há a relevância indireta. Como? Através da horizontalidade da coisa! Claro! Deus se importa com o quanto de amor demonstramos uns aos outros, com o quanto de coração de servo e humilde temos uns para com os outros. Veja Filipenses 2.1-4:

Portanto, se existe alguma exortação em Cristo, alguma consolação de amor, alguma comunhão do Espírito, se há profundo afeto e sentimento de compaixão, então completem a minha alegria, tendo o mesmo modo de pensar, tendo o mesmo amor e sendo unidos de alma e mente. Não façam nada por interesse pessoal ou vaidade, mas por humildade, cada um considerando os outros superiores a si mesmo, não tendo em vista somente os seus próprios interesses, mas também os dos outros.


Será que nossas escolhas de som têm considerado os outros superiores a nós mesmos? 
Será que escolhemos o volume do som baseados apenas em nossos gostos? 


Nossas escolhas de música dizem muito sobre nós e nossas prioridades. Só escolhemos músicas rápidas? Só cantamos músicas mais lentas? Muitos músicos mais jovens se queixam DEMAIS de só cantarem músicas mais lentas, por exemplo, ou de só cantarem hinos e menos cânticos e por aí vai….

Costumamos pensar em nossos irmãos ao escolhermos as canções? 
Costumamos pensar em Deus ao escolhermos as canções? 


É preciso observar bem as temáticas usadas nas canções que escolhemos. Falo sobre isso em outro post aqui no blog (HÁ MUITO MAIS PARA SER CANTADO).


Pensando no Livro de Salmos, eu diria ser MUITO importante ter um repertório balanceado com isso, de maneira a prover nossos irmãos com a oportunidade de cantar algo que diga respeito a diferentes momentos da vida. 

Há muitos irmãos que estão precisando de canções de lamento ou mais reflexivas e enfiamos júbilo guerra abaixo dos irmãos, como se o sofrimento deles não importasse! 

De semelhante modo, ignoramos o aspecto didático da adoração cantada e só cantamos orações ou canções de provisão. Também enfatizamos as canções de livramento ou de provisão e pouco focamos na glória de Deus, no Santo dos Santos… e por ai vai.

Quando pensamos verticalmente e horizontalmente, tais escolhas se tornam muito mais naturais e desejadas!

E, agora, pensando em estilos musicais e até mesmo em arranjos: você acha que faz alguma diferença para Deus se teremos 3 ou 8 cantores no vocal do domingo? A Bíblia diz que ele se importa com a quantidade de cantores? Claro que não!

Faz diferença para ele se usaremos duas guitarras ou se os dois guitarristas revezarão domingo a domingo? Claro que não. Mas faz diferença para as PESSOAS. Vejam novamente o amor horizontal em ação. E daí, se ignorarmos a diferença que algo faz para nossos irmãos, estaremos ignorando o próprio Deus e o que Ele diz e não estaremos sequer demonstrando nosso amor a ele. 

Quando escolhemos os estilos a serem tocados e cantados, pensamos em Deus? E Deus tem estilo preferido? NÃO! Todos os estilos foram criados por Deus. Não há estilo mais santo ou menos santo. Os estilos dizem mais sobre nós do que sobre Deus!

Logo, é preciso pensar no próximo ao escolher o estilo do que tocaremos. Isso quer dizer que não podemos tocar outra coisa e tampouco podemos tentar reeducar nossas comunidades a ouvir e cantar outras coisas? Claro que não é isso o que estou dizendo. Mas isso deve ser feito com sensibilidade, paciência e humildade pra entender que, se testarmos por um tempo e isso fizer a igreja cantar menos ou mesmo NÃO cantar, precisamos, sim, voltar ao que era cantado antes.

Vale lembrar que a PRINCIPAL PRIORIDADE naquilo que cantamos é… a LETRA. Para que a Palavra de Cristo habite no coração da Igreja (cf. Colossenses 3.16), isso independe de ser funk, pagode, blues ou pop!!! Mas… temos realmente pensando uns nos outros nessa escolha? 

É importante, sim, pensar no todo, mas… tendo sempre Efésios 5.18-20 e Colossenses 3.16 em mente. Não se trata de tornar o “produto” mais atrativo a quem visita e ao público do Séc XXI. Trata-se de alcançar irmãos mais jovens em sua linguagem, para que eles cresçam no SENHOR. Mas também não se trata de apenas “fazer média” com os velhinhos da igreja (daí, a gente coloca um ou dois hinos lá… só pra dizer que teve hino no culto), e sim de VALORIZAR esses irmãos como parte do Corpo de Cristo, tanto qualquer outro e de RESPEITAR a história que possuem (respeitar os mais velhos é um princípio bíblico!) e também contribuir para que ele cresçam na fé!


Conclusão

Pensar em para quem cantamos na igreja faz toda a diferença em nosso trabalho. Por isso, te convido a assistir à aula do desafio lá no meu canal do YouTube (link abaixo). E não deixe de ver a descrição do vídeo, pois lá, dentre outras coisas, você pode ter acesso ao download do material em pdf.

E relembro que, na quinta que vem, às 19h19, teremos mais uma aula do desafio MÚSICO MELHOR ADORA MELHOR!! Espero você por lá!

AULA 2 do desafio MMAM abaixo:





Em Cristo,
M. Vinicius

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