Introdução
Recentemente, conversando com uma grande amiga (e irmã em Cristo) minha, discutíamos um assunto que acredito ser de extrema importância em nosso fazer musical eclesiástico. Este é um assunto que, ao meu ver, é completamente determinante na maneira em como atuaremos em nossas igrejas. E foi a partir desta conversa que o interesse pelo presente post surgiu. hehe
Ao observarmos o fazer musical (e artístico em geral) de uma igreja, percebemos diferentes tipos de pessoas, com diferentes desejos, anseios e aspirações. Uns estão ali por terem sido incentivados desde cedo, outros porque, supostamente, possuem talento pra coisa (sobre talento, dom e etc, recomendo um post que fiz há algumas semanas hehe), outros mais porque gostam de música e de arte, outros que acreditam terem sido escolhidos por Deus para a realização de tal obra e ainda outros que resolveram atuar com música e arte na igreja, porque querem um pouco mais de notoriedade (acreditem, existe gente assim, né? Rsrsrsrsrs).
O fato é que diferentes são as motivações e as razões (nem todas positivas, infelizmente hehe) pelas as quais alguém resolve fazer música na igreja. Mas, independentemente disso, algo, em minha opinião, jamais deve faltar: a paixão ministerial. Sim, este era o assunto do qual eu e a minha querida irmã em Cristo conversávamos. E é sobre ele que gostaria de destacar algumas coisinhas.
Primeiramente, preciso dizer que não acredito na música de uma igreja que é feita sem paixão. Nâããão mesmo! Em minha opinião, quando se faz qualquer coisa sem o devido amor e interesse, este algo não será bem feito e não é diferente com a prática ministerial em geral e, em nosso caso, com a música. Listarei algumas breves razões.
Quando não amamos o que fazemos, não lhe damos valor!
É inevitável: quando não há amor em nossa prática ministerial, nós não vamos dar tanto valor assim. É aquela coisa, teooooricamente, ninguém é obrigado a fazer seja lá o que for na igreja (vejam que usei o “teoricamente”, tá? Rsrsrs). Então, faz-se aquilo de que se gosta, certo? E por isso é que algo é feito: porque se gosta. Mas, há casos em que isto NÃO acontece. E é a eles que me refiro. Quando é algo de que nós não gostamos, geralmente, não damos o mesmo valor. E, assim, sempre que aparece qualquer outra coisa, mesmo que seja no mesmo horário de um ensaio, por exemplo, rapidamente dizemos ter um compromisso ou coisa do tipo e “furamos” o ensaio. Acho que ninguém aqui já viu situações assim, né? Rsrsrsrs É sério! Sempre aparece algo que, para esta pessoa, é mais importante e de maior valor. E, por isso, a prática ministerial não é priorizada. Simples assim: esta pessoa não tem paixão pelo que faz; ela não ama o que faz. É duro, mas é verdade.
Quando não amamos o que fazemos, não lhe damos tempo!
Viiiish! Falar de tempo é sempre algo complicado, né? Isso porque, nos dias de hoje, ninguém tem tempo pra nada, né mesmo? Será? Não será que temos, sim, tempo para aquilo que é uma prioridade para nós?
Tirando exceções, a grande verdade é que, quando algo é de nosso interesse, arrumamos tempo rapidinho! Hehe Arrumamos tempo pra televisão, pra esportes, pra namoros, pra internet, pra ler blogs (e, por favor, continuem hahahahaha), mas, muitas vezes, não arrumamos tempo para a prática ministerial e tudo o que ela envolve. Não estou dizendo que se está, necessariamente, errado por arrumar tempo pra tudo o que citei há pouco. Todavia, acredito que fazer parte de um ministério é muito mais do que apenas aparecer na hora de cantar e tocar ou, quando muito, nos ensaios. É preciso dedicação constante e em muitos aspectos e em muitos outros momentos: é preciso ouvir músicas em casa, é preciso estudar seu instrumento (os cantores também devem estudar canto e cuidar de suas vozes!), é preciso investir em materiais para si próprio e ainda ter certo espírito de pesquisador.
Não consigo entender, por exemplo, alguém que trabalha com música na igreja, mas que não busca conhecer novas músicas e outras vertentes e estilos que há por aí. Não consigo entender gente que só canta sempre as meeeeesmas músicas e que não se recicla. Será que tem havido paixão genuína por este ministério? Este tem sido um questionamento que sempre tenho feito em minhas reflexões e, infelizmente, a resposta não tem sido muito positiva quanto a muitos.
Quando não amamos o que fazemos, não gastamos nosso dinheiro nisso!
Ih! Agora, compliquei ainda mais: falei de dinheiro! Haha Contudo, precisamos entender que ministério também exige investimento financeiro. É claro e evidente que não estou exigindo que ninguém seja rico ou que gaste milhões de dólares (sem ter) investindo no ministério de sua igreja. A menos que se tenha essa grana toda, ninguém é obrigado a isso. A única reflexão que faço quanto ao dinheiro, porém, é: às vezes, músicos alegam, por exemplo, não ter 20 reais para a troca de um encordoamento de violão, mas gastam esse mesmo valor uma vez por semana, quando saem pra lanchar com os amigos.
Novamente digo: não estou exigindo que ninguém seja rico (eu mesmo não sou, aliás, estou beeeem longe de ser! Rsrsrsrsrssr), mas que se invista no ministério. Nunca fui rico, mas, desde cedo, pude aprender com minha família a comprar vinis (acreditem, peguei essa época hahahaha), fitas, CDs e DVDs de diferentes cantores, bandas e ministérios. E, por isso, ainda hoje, tenho sempre procurado manter esse interesse no investimento no meu próprio crescimento enquanto músico do Senhor. E não só nisso, mas há muitas outras coisas em que podemos investir. Sei, por exemplo, que instrumentos e equipamentos em geral são sempre muito caros aqui no Brasil, mas, sou testemunha viva de muita gente que de rica nada tem, mas que, por amar o que faz, rala um bocado e investe num equipamento cada dia melhor. E olha que não são os chamados “músicos profissionais”; são aqueles chamados “músicos de igreja”, mas que, por amarem o que fazem, não medem esforços pra gastar o quanto for necessário (desde que se tenha, é claro) na obra.
Quando não amamos o que fazemos, não damos o nosso melhor!
Ora, isso chega a ser até um tanto clichê, né? Rsrsrsrs É aquela velha história que sempre se conta, quando se fala de namoro e tal. Quando um carinha gosta daquela menina e tal, ele faz de tudo pra dar o melhor pra ela, pra fazer o melhor por ela e pra agradá-la ao máximo. Mas (porém, contudo, todavia, entretanto), quando a paixão acaba, o cara não tá mais nem aí!!!
Será que não fazemos o mesmo com nossa prática ministerial? Conheço muita gente que, há certo tempo, tinha postura completamente diferente em seus ministérios, mas que, hoje, tem agido com verdadeiro descaso. Pra mim, isso nada mais é que o fim da paixão. Pior ainda: às vezes, com o tempo, isto se torna o fim do amor mesmo. Porque eu até entendo que, com os desgastes da caminhada, vez por outra, aquele “fogo” que ardia no início esteja um pouquinho mais fraco, mas, quando o amor por determinada obra se vai, se dependesse de mim, seria também o fim do relacionamento como um todo. Como é que alguém pode estar num ministério se não o ama e, consequentemente, acaba não dando o seu melhor por aquilo? Não consigo entender alguém que trabalha com música na igreja, mas que não gosta de música. Não entendo meeeeesmo. E acreditem: existe gente assim, gente que nunca escuta música, por exemplo. E é também por isso que o melhor não é feito. Acho que precisamos pensar um pouco mais sobre isso.
Quem, de fato, ama o que faz, não se deixa levar por contratempos, problemas e coisa e tal. Mesmo que tudo isso até o entristeça, este alguém continuará na realização da obra, custe o que custar, porque ele quer sempre dar seu melhor. Aquilo é o que ele mais ama fazer!! E, mesmo que algo o entristeça vez por outra, ele continuará perseverante na caminhada ministerial. Sei que não é fácil, queridos. Acreditem, também sofro na caminhada ministerial, aliás, quem não sofre? Hehe Mas não desisti (ainda) dela e não pretendo desistir. E, com a Graça de Deus, espero que Ele me dê sempre forças pra continuar apaixonado pelo que faço, sempre olhando para Cristo, e não para homens que, como eu, são também pecadores e “pisam na bola” em muitas ocasiões. É por isso que, ainda hoje, mesmo após tanto tempo trabalhando na igreja, ainda procuro fazer sempre o melhor, não para honrar pessoas, mas para me entregar como sacrifício vivo, santo e agradável ao meu Senhor, mesmo vendo tantos amigos desistindo e/ou me dizendo coisas do tipo: “Dá mais não, cara. Trabalhar em igreja é muito complicado”.
Conclusões
Concluo, então, fazendo algumas perguntas e espero que todos busquemos suas respostas em nossas rotinas e afazeres eclesiásticos: Como tem sido a prática ministerial em nossas igrejas? Será que temos apenas preenchido vagas existentes em funções tidas por nós como indispensáveis à vida da igreja ou temos mesmo composto ministérios formados por verdadeiros apaixonados por aquilo que fazem?
Pode-se perceber, mesmo que superficialmente, que fiz certa distinção entre “paixão” e “amor”, mas esta diferença não é o mais importante pra mim neste momento. Para muitos, as duas palavras podem ser usadas como sinônimos, para outros, porém, a paixão é apenas algo passageiro mesmo. Eu já penso que ambos são importantes, mas que a paixão, apesar de passageira, é importante e funciona meio que como um combustível propulsor, como um impulso para algo que tencionamos fazer. O amor, por sua vez, não depende da paixão e é algo muito mais forte. Mas, discussões de termos à parte, o que importa pra mim e o que quero destacar aqui é que precisamos gostar do que fazemos, queridos. E, se não temos gostado do que fazemos na igreja, está, de fato, na hora de repensar nossas ações eclesiásticas. Está na hora de refletir se estamos mesmo no lugar certo.
Por experiência própria, sei bem o que é, em determinadas ocasiões, ter que fazer algo de que não gosto muito. Isso é normal e acontece com todo mundo vez por outra. É a vida. Não é a isso que me refiro. Refiro-me, por exemplo, a pessoas que nunca têm tempo pra ensaiar, pra aprender algo novo, pra se reunir ou coisas do tipo, que são pertinentes à prática ministerial. A estes, digo eu: é preciso repensar o lugar ocupado. Vamos rasgar mesmo (hehe): se você nunca tem tempo, qualquer que seja a razão, isso significa que, neste momento, a prática ministerial não é a prioridade pra você, então, meu conselho é: dê lugar a quem tem tempo pra isso. Sei que, às vezes, o problema diz respeito a trabalho ou coisas do tipo, mas vamos reconhecer que, mesmo aí, isso significa que o ministério não é mesmo o mais importante; e não estou dizendo que isto seja, necessariamente errado (cada caso é um caso, pois tem muito adolescente que precisa sustentar uma família inteira, sei disso!), mas penso que, então, tal pessoa não deve estar inserida neste ministério. Que se deixe pra um outro momento, quando as coisas se acertarem um pouco mais.
Isto, contudo, é um caso específico, mas, como já disse, em geral, arrumamos tempo pra tudo o que queremos, pra tudo o que amamos e pelo que nutrimos paixão. Seria eu, então, louco em dizer que a paixão não é importante para a prática ministerial? Claro que não. Por isso fiz esse post. Hehe E espero que vocês também entendam e percebam o quanto é importante que sejamos apaixonados por aquilo que fazemos. E, se não formos, é melhor que deixemos o lugar livre para outros. Que Deus nos ajude, então, e renove em nós, cada dia mais, a paixão e o amor por aquilo que fazemos para a glória de Seu Santo Nome. E que sempre estejamos dispostos a olhara para Cristo, pois Ele é que deve ser nosso Motivador maior e a razão de tudo o que fazemos. A Ele, portanto, o nosso louvor!
Em Cristo,
M. Vinicius (Montanha)
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